Comércio superou em 2021 os níveis anteriores à pandemia

Cada empresa do comércio gerou, em média, uma facturação de 729 mil euros.

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O volume de negócios do comércio retalhista cresceu 8,1% em 2021 face a 2020 Nuno Ferreira Santos

A actividade do comércio, exercida em Portugal por 215,5 mil empresas, superou em 2021 os níveis registados antes da pandemia, ultrapassando o volume de negócios gerado em 2019, confirmou nesta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

As empresas geraram um volume de negócios de 157,2 mil milhões de euros, um crescimento de quase 12% em relação a 2020, ano em que o montante da facturação caíra perto de 7%. As vendas de mercadorias rondaram os 147 mil milhões.

De acordo com as estatísticas do comércio relativas a 2021, o sector “continuava a ser constituído maioritariamente por empresas individuais, nas quais se incluem empresários em nome individual e trabalhadores independentes, embora essa proporção tenha vindo a diminuir progressivamente”, de 53,8% em 2019 para 52,7% em 2020 e, agora, para 52,1% em 2021.

Cada empresa de comércio gerou, em média, um volume de negócios de 729,4 mil euros, mais do que no primeiro ano da pandemia (654 mil euros em 2020) e do que no período anterior à crise sanitária (691,3 mil euros em 2019).

“Com a perda de importância relativa das empresas em nome individual, a proporção de volume de negócios gerado por sociedades, que era já a quase totalidade do sector, também aumentou”, passando a representar 97% do total.

“Após um ano de retrocesso em 2020, em 2021 as empresas de comércio apresentaram recuperações de 4,1% no volume de negócios e de 7% no valor acrescentado bruto face a 2019”, indica o INE.

Para efeitos estatísticos, o sector do comércio está dividido em “comércio, manutenção e reparação automóvel”, “comércio por grosso” e “comércio a retalho”, sendo que esta última é a que tem mais empresas (124,3 mil unidades em 2021, o equivalente a 58% do sector).

O comércio por grosso representa a maior fatia do volume de negócios do sector do comércio. A facturação foi de 80,81 mil milhões de euros, enquanto a do comércio a retalho foi de 56,11 mil milhões de euros e a do comércio automóvel foi de 20,26 mil milhões.

Sector emprega quase 794 mil pessoas

As 215,5 mil empresas de todo o sector empregavam 793,8 mil pessoas. “O número de pessoas ao serviço por empresa de comércio fixou-se em 3,68 trabalhadores (3,71 em 2020), face a 3,15 trabalhadores (em média) na globalidade das empresas não financeiras (3,18 em 2020).”

No comércio a retalho (de venda de bens aos consumidores finais em lojas, feiras, mercados, por correspondência ou ao domicílio), o volume de negócios cresceu 8,1% de 2020 e 2021; a margem comercial cresceu 6,7% e a margem por empresa aumentou 6,8%.

Em sentido oposto, o número de pessoas ao serviço diminuiu, tal com já acontecera no primeiro ano da pandemia. Em 2020 havia 451.913 trabalhadores no comércio retalhista e, em 2021, o universo de pessoas ao serviço nessa área já estava abaixo das 450 mil (segundo o INE, houve uma redução de 0,8%, para 448.488 trabalhadores).

O segmento de produtos que engloba os frutos, os produtos hortícolas, a carne, o peixe, a padaria, leite e ovos foi o grupo de bens mais vendidos no comércio a retalho (valeu 21,9% do total), ficando à frente do grupo dos combustíveis para veículos e outros produtos novos (21,2%); a seguir surgem o grupo do vestuário, produtos farmacêuticos e plantas (19,5%) e outros produtos alimentares, bebidas e tabaco (12,7%).

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