O Instituto Geofísico da Universidade do Porto (IGUP) vai acolher o Jardim Bosque da Humanidade, cuja candidatura a fundos europeus foi aprovada com um investimento elegível no valor de 75.000 euros, anunciou a instituição esta segunda-feira. De acordo com a Universidade do Porto (UP), este investimento, financiado através da iniciativa de Assistência à Recuperação para a Coesão e os Territórios da Europa (REACT-EU), irá permitir a recuperação de todo o espaço envolvente do IGUP.
No âmbito do protocolo celebrado entre a Faculdade de Ciências da UP (FCUP) e a Casa Comum da Humanidade para a utilização das instalações do Instituto Geofísico como sede social, foi estabelecido um acordo que prevê a gestão conjunta do espaço envolvente. “Desta cooperação resultou a candidatura Jardim Bosque da Humanidade ao fundo europeu, agora aprovada com um investimento elegível no valor de 75.000 euros”, sublinha o comunicado.
Da autoria de Paulo Farinha Marques, docente da FCUP e director do Jardim Botânico da UP, o projecto do Jardim Bosque da Humanidade prevê a reabilitação do espaço verde envolvente ao edifício do Instituto Geofísico.
A intervenção, que decorrerá entre o próximo mês de Setembro e Junho de 2023, incluirá a limpeza, modulação e rearborização do terreno com espécies florestais autóctones, ou seja, vegetação portuguesa, permitindo combater as plantas invasoras, proteger a escarpa e potenciar o aumento da biodiversidade e da prestação de serviços de ecossistema em meio urbano.
Um primeiro passo
Pretende-se desta forma proporcionar uma “mais-valia ecológica, potenciando ainda a educação ambiental e a ciência”, explica Paulo Magalhães, jurista e investigador do CIJE - Centro de Investigação Jurídico-Económica, da Faculdade de Direito da UP (FDUP). O também mentor da Casa Comum da Humanidade considera “muito importante” poder dar-se início a esta recuperação de todo o espaço envolvente do Instituto Geofísico.
“É um primeiro passo para a recuperação do parque e a criação deste Bosque da Humanidade”, sublinha. Na prática, segundo os responsáveis do projecto, vão ser plantadas centenas de árvores e arbustos de espécies autóctones. As espécies invasoras terão de ser eliminadas, prevendo-se ainda o abate de espécies exóticas com problemas fitossanitários e de segurança.
Está prevista também a recuperação morfológica do terreno, com aplicação de técnicas de engenharia natural e a criação de um sistema de drenagem natural da água, com a constituição de charcas temporárias e permanentes, de forma a promover condições para se tornarem “hotspots” de biodiversidade.
A este trabalho junta-se a recuperação de comedouros e bebedouros de fauna selvagem. A requalificação do espaço envolvente do edifício histórico do IGUP complementa a recuperação de património cultural já realizada em 2015.
Pretende-se, assim, “potenciar a atractividade da infra-estrutura, transformando-a num espaço de lazer e uma sala de aulas / laboratório aberta à comunidade local e educativa”.