Vendas do iPhone caem 15% no último trimestre de 2018

O abrandamento da economia chinesa e o facto de os consumidores optarem pela substituição de baterias ao invés da compra de telemóveis novos são razões apontadas por Tim Cook, presidente executivo da Apple.

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WU HONG/LUSA

Conforme apontavam as previsões, a facturação da Apple no último trimestre de 2018 ficou-se pelos 84,3 mil milhões de dólares, o que equivale a uma queda de 5% face ao período homólogo de 2017 (quando as receitas da empresa atingiram os 88,3 mil milhões de dólares), revelou a empresa nesta terça-feira.

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Conforme apontavam as previsões, a facturação da Apple no último trimestre de 2018 ficou-se pelos 84,3 mil milhões de dólares, o que equivale a uma queda de 5% face ao período homólogo de 2017 (quando as receitas da empresa atingiram os 88,3 mil milhões de dólares), revelou a empresa nesta terça-feira.

Já as receitas da venda do iPhone baixaram 15% em relação ao ano anterior (de cerca de 61 mil milhões de dólares arrecadados na venda do iPhone no último trimestre de 2017, passaram para cerca de 52 mil milhões em 2018). Escreve o diário britânico The Guardian que este é o primeiro declínio nas receitas e lucro da empresa na última década. 

No início de Janeiro, o presidente executivo da Apple, Tim Cook, publicou uma carta aberta aos investidores, onde apontava como causas de uma possível quebra nas receitas o abrandamento da economia chinesa e receitas abaixo do esperado nas vendas do iPhone, com os consumidores a optarem por substituir as baterias em vez de comprarem telemóveis novos — foi a própria Apple que promoveu a troca de baterias.

Segundo os dados agora divulgados pela Apple para o trimestre encerrado a 29 de Dezembro de 2018, as receitas provenientes da China representaram cerca de 13,2 mil milhões de dólares no último trimestre de 2018, menos quase cinco mil milhões de dólares face ao período homólogo de 2017. No total, as vendas internacionais representaram 62% das receitas.

Ainda que as vendas do iPhone tenham caído, a empresa revela que a facturação total de todos os outros produtos e serviços – como os computadores Mac, o iPad, os wearables, acessórios para a casa e subscrições –, em conjunto, atingiu um valor “recorde” de 10,9 mil milhões de dólares em 2018, mais 19% do que no ano anterior. 

“Embora tenha sido decepcionante não corresponder às nossas previsões de facturação, nós gerimos a Apple a longo prazo, e os resultados deste trimestre demonstram que a força que está na base dos nossos negócios é profunda e ampla”, disse em comunicado o presidente executivo da gigante tecnológica, Tim Cook.

Não obstante, Cook fez questão de sublinhar o “recorde histórico” de 1,4 mil milhões de aparelhos activos (dos quais 900 milhões correspondem a iPhones), com um crescimento “em cada um dos segmentos geográficos” da empresa, que o CEO considera um “grande testemunho da satisfação e lealdade dos clientes”.

Luca Maestri, director financeiro da Apple, anunciou ainda que os investidores tiveram um retorno superior a 13 mil milhões de dólares durante o trimestre, “através de dividendos e recompras de acções” e que o saldo líquido de caixa se fixou nos 130 mil milhões de dólares no final do trimestre. 

Segundo o The Guardian, o valor das acções da Apple subiu mais de 6% na noite desta terça-feira, depois de terem sido divulgados os resultados financeiros. 

Para o segundo trimestre fiscal de 2019, a Apple prevê receitas entre os 55 e os 59 mil milhões de dólares, uma margem bruta entre os 37% e 38%, despesas operacionais à volta dos 8,5 milhões de dólares e uma taxa de impostos de cerca de 17%. A agência Reuters avança que, até 2020, a empresa pretende atingir os 500 milhões de subscritores.

Os resultados da Apple foram divulgados horas depois de ter sido revelada uma falha informática na aplicação FaceTime que permite ouvir todos os sons captados através do iPhone do destinatário mesmo antes de a chamada ser atendida.