Lusoponte diz que pagou manutenção da Ponte 25 de Abril ao perdoar dívida ao Estado
Ferreira do Amaral disse que seria “absurdo” a empresa pagar a manutenção ao Estado quando o Estado lhes iria pagar de volta os valores em dívida. A Ponte 25 de Abril estará em obras durante dois anos, num valor orçado em pelo menos 18 milhões de euros.
O presidente da Lusoponte, empresa concessionária da Ponte 25 de Abril, acredita que não há razão para polémica sobre o pagamento das obras na estrutura. “O que se pode ver é que a Lusoponte já pagou a manutenção”, diz, referindo que houve um acerto de contas com o Governo – o pagamento foi feito “não da forma como estava previsto que era entregar dinheiro ao Estado, mas através de perdoar dívida ao Estado”, disse Joaquim Ferreira do Amaral em entrevista à TSF na manhã desta quinta-feira.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O presidente da Lusoponte, empresa concessionária da Ponte 25 de Abril, acredita que não há razão para polémica sobre o pagamento das obras na estrutura. “O que se pode ver é que a Lusoponte já pagou a manutenção”, diz, referindo que houve um acerto de contas com o Governo – o pagamento foi feito “não da forma como estava previsto que era entregar dinheiro ao Estado, mas através de perdoar dívida ao Estado”, disse Joaquim Ferreira do Amaral em entrevista à TSF na manhã desta quinta-feira.
Na semana passada, foi noticiado que a Ponte 25 de Abril precisa de obras estruturais urgentes – para tal, será durante dois anos alvo de trabalhos de manutenção, orçados em pelo menos 18 milhões de euros. Alguns dias depois de a notícia ter sido dada, o Governo libertou quase três milhões de euros para a manutenção e reparação da estrutura.
Ferreira do Amaral fala de um acordo feito em 2001 com o Governo e considera “absurdo” que a Lusoponte tivesse de pagar uma prestação ao Estado para manutenção tendo em conta que o Estado lhes teria de pagar de volta os valores que tem em dívida. O antigo ministro das Obras Públicas do Governo de Cavaco Silva ressalva que não estava “nem na Lusoponte nem no governo” quando o acordo foi feito, mas considera-o “razoável”. Foi um “acerto de contas”, afirma à TSF, questionando-se sobre a razão pela qual só agora estão a criticar o acordo.
O dirigente da Lusoponte acrescenta que o acordo foi revisto há mais de 20 anos, levando a que o Governo de António Guterres cortasse o valor que a empresa paga anualmente para manutenção da Ponte 25 de Abril.
Quanto à necessidade de reparação da ponte, Ferreira do Amaral admite que a empresa sabia que “havia sinais de degradação”, como fissuras a abrir na estrutura metálica e diz que isso se poderá traduzir “num risco muito grande” – mas garante que essa situação ainda está “longe” de acontecer.
A Infra-estruturas de Portugal esclarece que se trata da “execução de trabalhos de construção metálica, soldadura, reposição localizada da protecção anticorrosiva, substituição de elementos não estruturais, limpeza, tratamento e pintura pontual de superfícies de betão”. O presidente da empresa, António Laranjo, disse que não se tratava de uma “obra urgente nem emergente”, mas que era “prioritária”.