Um curso gratuito para formar quem cuida de idosos dependentes

Formar quem cuida, quer o faça formal ou informalmente. É este o objectivo do curso, online e gratuito, promovido pelas sociedades portuguesa e espanhola de geriatria e gerontologia. Mais de 3800 pessoas já o fizeram em Portugal. Inscrições decorrem até 30 de Junho.

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Em Portugal, no ano passado, 10% das pessoas com 50 anos ou mais prestava cuidados semanalmente Nelson Garrido

Como dar banho na cama? O que fazer perante uma queda? Como mudar alguém da cama para uma cadeira de rodas? Como prevenir uma úlcera de pressão? Estas são algumas das dúvidas com que se deparam diariamente cuidadores e prestadores de cuidados. E a que um curso, online e gratuito, para cuidadores de pessoas idosas dependentes quer dar resposta. Afinal, reconhece a vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia (SPGG), Maria João Quintela, “a maioria das famílias nunca teve preparação para tratar dos seus idosos”. E urge formar quem o faz.

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Como dar banho na cama? O que fazer perante uma queda? Como mudar alguém da cama para uma cadeira de rodas? Como prevenir uma úlcera de pressão? Estas são algumas das dúvidas com que se deparam diariamente cuidadores e prestadores de cuidados. E a que um curso, online e gratuito, para cuidadores de pessoas idosas dependentes quer dar resposta. Afinal, reconhece a vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia (SPGG), Maria João Quintela, “a maioria das famílias nunca teve preparação para tratar dos seus idosos”. E urge formar quem o faz.

“Nós sabemos que a maior parte das famílias nunca teve preparação para cuidar. Muitas nunca pensaram vir a ter esta responsabilidade na vida. Fazem como podem”, nota Maria João Quintela, que coordena a adaptação e tradução para português deste curso criado pela Sociedade Espanhola de Geriatria e Gerontologia. Em Portugal, a formação vai na terceira edição, apresentada nesta quinta-feira em Lisboa. Até agora, formou mais de 3800 pessoas.

À semelhança dos dois anos anteriores, o curso desdobra-se em dois módulos de conteúdos – um sobre cuidados básicos às pessoas idosas dependentes, outro sobre cuidados específicos, que inclui um guia de boas práticas.

É completamente gratuito e funciona numa plataforma online. Quem se inscrever – o que pode fazer até 30 de Junho – acede a uma plataforma em que está disponível o material teórico. Não há aulas nem horários a cumprir. O único prazo é o final do curso, a 31 de Outubro. Até lá, os formandos podem descarregar os conteúdos. “Quem quiser pode até imprimir e ficar com um livro para consultar em casa”, sugere María Ángeles Antón, que coordenou as edições espanholas deste curso.

No final, há um questionário de avaliação e um certificado acreditado pelas sociedades portuguesa e espanhola de geriatria e gerontologia. Válido tanto para cuidadores informais, como para prestadores profissionais de cuidados, o curso não tem limite de inscrições nem requisitos mínimos. “Qualquer pessoa o pode fazer, independentemente do seu nível de estudos”, ressalva Ángeles Antón.

Cuidar do cuidador

Cada vez mais os cuidados são de longa duração. Consomem muito tempo e parte significativa da vida de cuidadores informais. Por isso, o curso que ir mais longe do que apenas ensinar a cuidar do outro, sublinha Maria João Quintela. “Importa também cuidar do cuidador”, de forma a prevenir os problemas frequentes de depressão, sobrecarga, ansiedade, frustração, exaustão psicológica, física, financeira.

E chegar à prevenção dos maus tratos e violência contra idosos. “Os estudos dizem-nos que grande parte das atitudes de violência contra idosos parte dos cuidadores. Temos de acautelar estas situações e isso faz-se, como em tudo, educando”, reforça. “O que pode fazer para cuidar de si” é também um dos tópicos de aprendizagem.

No ano passado e de acordo com dados do relatório Health at a Glance da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em Portugal, 10% das pessoas com 50 anos ou mais prestava cuidados semanalmente. Isto num país que é dos que têm menos profissionais a prestar este tipo de cuidados. O mesmo relatório notava que apenas 2% das pessoas com 65 anos ou mais recebiam cuidados de longa duração.