Arte
Uma bienal para “reparar” o mundo a partir de Coimbra
Curar e Reparar. Eis o mote da segunda edição da Anozero - Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra. Eis um convite à reflexão "sobre um mundo que reclama sistematicamente ser sarado das feridas que permanentemente abre", como revela a organização em comunicado. Trinta e cinco artistas (19 estrangeiros e 16 nacionais) repartidos por uma mão cheia de espaços atiram respostas. Ou novas perguntas. Assim ouvimos Louise Bourgeois a cantar canções da sua infância, e a repensar a memória, Julião Sarmento a fazer-nos percorrer solitariamente um corredor, Fernanda Fragateiro a baralhar a arquitectura ou o brasileiro Rubens Manos, simbolicamente, a levantar do chão inundado verdadeiras relíquias automóveis (antes nas mãos de Salazar e Marcelo Caetano). "Há", como escreveu no Público o crítico Nuno Crespo, "muitos caminhos a seguir nesta exposição do tamanho da cidade de Coimbra. E cada caminho mostra a maneira como a exposição não só se articula com a cidade e os seus espaços, mas propõe um modelo expositivo entendido enquanto percurso através do qual se vão declinando as suas ideias centrais". É espreitar a Sala da Cidade, o Museu da Ciência, o Colégio das Artes da U. Coimbra, o Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC) e o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova — e há até uma hashtag (#sala0anozero) para usar nas redes sociais. Com curadoria de Delfim Sardo e Ana Luiz Teixeira de Freitas, e organizada pelo CAPC em parceria com a Câmara Municipal e a Universidade, a Bienal pode ser visitada gratuitamente até 30 de Dezembro.