Bruxelas avança com pacote de estímulos à mobilidade eléctrica

A Comissão Europeia vai anunciar novos standards para que as empresas europeias fabriquem veículos com motores menos poluentes, mas também quer incentivá-las a produzir veículos eléctricos.

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evr Enric Vives-Rubio

A Comissão Europeia vai anunciar na quarta-feira uma proposta de novos standards de emissões poluentes que os fabricantes europeus de camionetas e veículos ligeiros deverão seguir em 2030, mas que também inclui incentivos à produção de carros eléctricos.

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A Comissão Europeia vai anunciar na quarta-feira uma proposta de novos standards de emissões poluentes que os fabricantes europeus de camionetas e veículos ligeiros deverão seguir em 2030, mas que também inclui incentivos à produção de carros eléctricos.

Mais do que “um pacote de medidas sobre CO2, é um pacote de mobilidade”, sublinhou o comissário europeu com a pasta da energia, Miguel Arias-Cañete, esta terça-feira.

Trata-se de uma proposta que combina “a defesa do meio ambiente com a competitividade da indústria europeia e a preocupação de que não haja perda de postos de trabalho” num sector que emprega mais de 12,5 milhões de pessoas, frisou o comissário, à margem de uma conferência organizada pelo Parlamento Europeu, em Bruxelas, sobre o financiamento de projectos de energias limpas.

Cañete não quis avançar com detalhes de uma proposta que “está em fase final” de preparação, mas adiantou que “há menos obrigações de redução de emissões de CO2 e, com isso, uma componente de estímulo à produção de veículos eléctricos”.

O risco de não avançar com uma proposta com este tipo de filosofia será, segundo o comissário europeu, o de a indústria automóvel europeia perder competitividade para países como a China e a Índia, que neste momento estão “a fazer uma aposta industrial no veículo eléctrico”.

Se a União Europeia optar por uma política de desenvolvimento do carro eléctrico, que permita fabricar “mais modelos, mais acessíveis”, salvaguardam-se os empregos e a Europa exporta e gera riqueza, sublinhou.

O objectivo é que “a transição para o carro eléctrico seja flexível”, deixando margem para os híbridos plug in, e que garanta que, “havendo componentes de combustão”, a indústria europeia estará salvaguardada “no período de transição até à completa electrificação”.

A proposta que a Comissão Europeia pretende apresentar na quarta-feira também vai conter uma componente de apoio às infra-estruturas de carga e ao desenvolvimento tecnológico de baterias, adiantou Miguel Arias-Cañete. Outra das novidades “é um capítulo de apoio de compras do sector público orientado para a mobilidade eléctrica”, afirmou.   

*A jornalista viajou a convite do Parlamento Europeu