Novo curso dos Comandos tem início marcado para Abril

Chefe do Estado-Maior do Exército aprovou o início do próximo curso, dando luz verde a metodologia criada para cumprir com as recomendações da Inspecção Técnica Extraordinária.

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PEDRO CUNHA - PÚBLICO

O chefe do Estado-Maior do Exército aprovou o início do próximo curso de Comandos no próximo mês de Abril, dando luz verde a uma nova metodologia criada para cumprir com as “recomendações apresentadas pela Inspecção Técnica Extraordinária (ITE) efectuada pela Inspeção-Geral do Exército (IGE)”, informa-se em comunicado.

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O chefe do Estado-Maior do Exército aprovou o início do próximo curso de Comandos no próximo mês de Abril, dando luz verde a uma nova metodologia criada para cumprir com as “recomendações apresentadas pela Inspecção Técnica Extraordinária (ITE) efectuada pela Inspeção-Geral do Exército (IGE)”, informa-se em comunicado.

O Exército dá conta de que a formação militar aprovada é certificada “no âmbito do Sistema Nacional de Qualificações (SNQ)” e estrutura “o referencial para o Curso de Comandos”. Essa estrutura baseia-se em cinco documentos que servem como uma espécie de guião, e que continua a ter como objectivo uma “formação exigente tendo por finalidade a obtenção de militares qualificados e com elevado nível de prontidão para actuarem em qualquer cenário, quaisquer que sejam as condições meteorológicas ou o grau de risco”.

De entre os documentos implementados, destaca-se o “certificado de controlo do curso”, que indica “os procedimentos adequados ao desenvolvimento e organização do curso”; a “proposta e fundamentação do curso”, onde se justifica a necessidade da formação, o seu âmbito e natureza, para além de especificar a duração em “dias úteis de formação e os “aspectos relacionais com os formandos e com os formadores”, tais como os pré-requisitos; o “perfil do cargo/profissional”, onde se identifica “a tipologia de funções que requerem a frequência do curso” e as principais responsabilidades e funções assumidas por aqueles que concluam o curso e o “perfil da avaliação”, instrumento considerado “essencial para regular e certificar e, de forma global, para controlar a qualidade da formação”.

No comunicado informa-se ainda que o general chefe do Estado-Maior do Exército já deu conta desta aprovação ao ministro da Defesa. O ministro José Azeredo Lopes previa, em Fevereiro, que os cursos de Comandos pudessem ser retomados em Abril, depois de implementadas todas as medidas de reforço da avaliação médica para admissão ao curso.

O furriel Hugo Abreu, com 20 anos, morreu a 4 de Setembro, no primeiro dia do 127.º curso de Comandos, quando faziam uma prova de corrida. O Exército adiantou então que a morte se tinha devido a um golpe de calor (insolação), porém, os indícios recolhidos pela investigação apontam cada vez mais para a tese de crime. Os militares terão sido impedidos de beber água durante várias horas de esforço físico debaixo de temperaturas altas que chegaram aos 40 graus Celsius. Outro militar, Dylan Silva, colega do mesmo curso, viria a morrer, uma semana depois, no Hospital Curry Cabral, quando aguardava um transplante de fígado.