Marcelo promete “virar a página”

Lesados do BES interpelam candidato que garante que justiça será feita

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Miguel Manso
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Numa rua de Viseu, Marcelo Rebelo de Sousa encontra um rapaz de 13 anos que quer ser Presidente da República. E dispara uma bateria de perguntas: O que vais estudar? “Direito”; Qual é o maior problema de Portugal? “A crise”. Como é que se resolve? “Com investimento na agricultura”. No final da conversa, o candidato vaticinou: “Aos 90 anos, quando for velhinho, lá vou votar em ti”. O “contacto pessoa a pessoa”, como diz o próprio, dominou este sábado de campanha, no “Cavaquistão”, que o candidato percorreu a pé entre os vários pontos da agenda.

O antigo comentador político voltou a explicar a opção pelo tipo de campanha de “proximidade” e com “tempo” para ouvir. Na sessão pública ao final da tarde, no auditório do Instituto Politécnico, justificou o estilo: “Porque eu sempre fui assim, eu sou assim e se for Presidente da República serei assim”. Reafirmou que é “moderado” e que deve ser esse o papel do próximo chefe de Estado na construção de consensos, incluindo da concertação social.  

Depois de caucionar as sondagens que lhe são favoráveis – “são respeitáveis quando são realizadas perto das eleições e vão no mesmo sentido” – o candidato sublinhou que a eleição de dia 24 “vai abrir uma nova página” no sentido da “unidade”, da “convergência” e da “não agressão”. "É uma Presidência que tem de virar uma página na história do nosso país, e eu estou muito confiante", disse, sustentando que essa viragem já se nota no tipo de campanha.  

A manhã de campanha começou junto ao mercado da cidade, onde era esperado por autarcas e deputados do PSD a que mais tarde se juntariam democratas-cristãos. Numa recepção calorosa, Marcelo comprou pão de azeite, tangerinas, agriões e tremoços. Na peixaria, o tom foi outro. O candidato foi confrontado com uma lesada do BES. Perdeu as “poupanças” de 100 mil euros. “A culpa disto é muito do Governo, o Ricardo Salgado está a ser uma cobaia”, queixou-se a peixeira, confessando estar a tomar antidepressivos. O candidato admitiu que “a justiça é muito lenta, muito lenta”. “A gente vai morrendo aos poucos”, respondeu-lhe a vendedora. “Ah mas não se pode morrer porque a justiça vai exercer-se. Não tenho dúvidas, não tenho dúvidas”, confortou.

Mais tarde, quando caminhava na rua, foi abordado por um homem que preferiu segredar ao ouvido. “Já falei disso”, respondeu o candidato. Mais um lesado do BES que se queixou.  

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