Furacão Patrícia passou a tempestade tropical

O México preparou-se para uma tempestade de efeitos catastróficos, mas o Patrícia enfraqueceu ao atingir terra.

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Os receios de que o furacão Patrícia pudesse arrasar várias localidades do México e matar centenas ou milhares de pessoas no seu caminho foram afastados nas primeiras horas de sábado, apesar de o risco de cheias e deslizamentos de terras manterem as autoridades em alerta máximo.

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Os receios de que o furacão Patrícia pudesse arrasar várias localidades do México e matar centenas ou milhares de pessoas no seu caminho foram afastados nas primeiras horas de sábado, apesar de o risco de cheias e deslizamentos de terras manterem as autoridades em alerta máximo.

Assim que chegou a terra, na costa mexicana no Pacífico, o furacão abrandou rapidamente e passou a tempestade tropical, esperando-se que se dissipe até à noite deste sábado ou à manhã de domingo.

Ainda é cedo para fazer um balanço, devido às dificuldades de acesso em algumas regiões mais remotas, mas tudo indica que o México escapou relativamente incólume ao cenário mais pessimista graças às montanhas que se estendem ao longo da costa do Pacífico.

Os serviços de emergência estavam preparados para o pior, devido à rapidez com que o Patrícia passara de tempestade tropical a furacão, a meio da semana passada, e à intensidade que chegou a adquirir – 30 horas depois de se ter formado, na terça-feira, a tempestade tropical era já um furacão de categoria 5, o mais elevado da escala de Saffir-Simpson, que prevê a ocorrência de estragos catastróficos com áreas inabitáveis durante semanas ou meses.

Quando o furacão Patrícia ainda estava no oceano, os ventos chegaram a rondar os 325 km/h, algo inédito desde que há registos. Por trás desse crescimento acelerado está o fenómeno climático El Niño, que periodicamente altera os padrões meteorológicos à escala global. No Pacífico, faz aumentar a temperatura das águas à superfície – terá sido esse o combustível que fez com que o Patrícia disparasse.

Algumas zonas da costa Oeste do México ainda chegaram a ser fustigadas por ventos na ordem dos 266 km/h, mas o furacão passou ao lado de grandes cidades e abrandou rapidamente – na manhã de sábado já tinha passado novamente a tempestade tropical, com ventos de 80 km/h.

Ainda assim, as primeiras localidades mexicanas no caminho do furacão sofreram muitos danos materiais. "Provocou o caos nesta zona, destruiu imensas coisas, arrancou telhados e muitas árvores", disse à agência Reuters Domingo Hernandez, funcionário de um hotel nas proximidades do porto de Manzanillo.

Para além de o furacão se ter dissipado pouco depois de ter chegado a terra, e de não ter passado directamente por grandes cidades, a prevenção das autoridades mexicanas também contribuiu para atenuar as consequências – cerca de 15.000 turistas e outros milhares de habitantes locais já estavam em abrigos improvisados quando o Patricia chegou à costa Oeste do México, por volta das 23h15 locais de sexta-feira (5h15 de sábado em Portugal continental) na exclusiva zona de Cuixmala, entre o porto de Manzanillo e a estância balnear de Puerto Vallarta.

Agora, as atenções estão centradas nas consequências das cheias e possíveis deslizamentos de terras, segundo um alerta do norte-americano National Hurricane Center, com sede em Miami.

No alerta publicado na manhã de sábado (início da tarde em Portugal continental), a agência antecipava que o Patrícia pudesse "produzir acumulações totais de chuva de 20 a 30 centímetros, com picos máximos de 50 centímetros, nos estados mexicanos de Nayarit, Jalisco, Colima, Michoacan e Guerrero".

O risco de fortes chuvadas após a passagem do Patrícia foi subindo ao longo do dia, desde o Noroeste do México até algumas zonas da costa do estado norte-americano do Texas, avançou o National Hurricane Center, que deixou um aviso para os próximos dias: "É provável que estas chuvadas venham a provocar cheias e deslizamentos de terra que podem pôr vidas em perigo."