Confiança dos consumidores interrompeu subida na recta final de 2014

Consumidores estão menos pessimistas sobre a economia. No entanto, o clima económico, medido pelo inquérito às empresas, diminui.

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Dados de conjuntura publicados nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que, depois de uma recuperação acentuada desde Junho de 2013, quase ininterrupta de mês para mês, a confiança dos consumidores suspendeu a trajectória ascendente na recta final de 2014.

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Dados de conjuntura publicados nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que, depois de uma recuperação acentuada desde Junho de 2013, quase ininterrupta de mês para mês, a confiança dos consumidores suspendeu a trajectória ascendente na recta final de 2014.

Em Dezembro, o indicador estabilizou em 22,3% negativos, segundo o valor calculado pelo INE com base em médias móveis de três meses. Se, por um lado, a estabilização do índice beneficia de um contributo positivo da evolução da situação financeira do agregado familiar e da poupança, por outro, a evolução do desemprego e da situação económica do país contribuem de forma negativa para este resultado. Sem ter em conta as médias móveis de três meses, o valor efectivo do indicador diminui em Dezembro, passando de -21,4 para -23,5%.

Sobre a situação económica, as opiniões registadas pelo INE no inquérito de conjuntura aos consumidores recuperaram de forma ligeira. Mas embora se mantenha o “movimento ascendente” iniciado em Janeiro de 2013, agravam-se as expectativas em relação à evolução futura da economia.

Já sobre a situação concreta do agregado familiar, há uma melhoria tanto sobre a evolução passada como futura – tendências que, aliás, estão em linha com as trajectórias registadas desde 2013. Da mesma forma, aumentaram as apreciações dos consumidores sobre a evolução da poupança, um movimento que se iniciou em Janeiro de 2013 e que agora se mantém. Em sentido contrário vão as opiniões sobre a compra de bens duradouros, seja a avaliação feita sobre o momento actual seja sobre os próximos 12 meses.

Em relação ao desemprego, as perspectivas dos consumidores melhorou em Dezembro, embora permaneça ainda muito abaixo da média de toda a séria estatística do INE. Do lado das empresas, também as expectativas de emprego se agravaram pelo segundo mês consecutivo (depois de uma recuperação em Outubro, foi retomada a “trajectória negativa iniciada em Abril”). A taxa de desemprego estimada pelo INE estava em 13,5% em Outubro, tendo aumentado de forma ligeira em relação ao mês anterior.

Os dados efectivos mais recentes sobre a capacidade de financiamento das famílias dizem respeito ao terceiro trimestre e mostram que aumentou o rendimento disponível, mas a poupança diminuiu de forma acentuada, porque o crescimento da despesa de consumo superou o ganho registado no rendimento.

Do lado das empresas, o indicador de clima económico diminuiu ligeiramente nos últimos dois meses do ano passado. Em Dezembro, as tendências foram distintas: o índice diminuiu no sector do comércio, aumentou nos serviços e estabilizou na indústria transformadora, construção e obras públicas.

No caso da indústria, há um “contributo positivo das apreciações sobre a procura global, enquanto as apreciações sobre a evolução dos stocks de produtos acabados contribuíram negativamente e as perspectivas de produção estabilizaram”. No entanto, as opiniões sobre os últimos três meses agravaram-se de forma significativa nos últimos três meses.