Dito assim, parece redutor, e Garrel é mais interessante do que isso; é a articulação desse fetichismo estilístico com uma narrativa menos aérea e mais ancorada do que é costume que faz de Ciúme o seu melhor filme em muito tempo, voltando a mergulhar de modo catártico na própria experiência do realizador.
O seu filho Louis emprega toda a sua flânerie a reencenar à distância os affaires do falecido pai Maurice, Anna Mouglalis transpira sensualidade no papel da actriz insegura que o leva a abandonar mulher e filha e, depois, a provar do seu próprio veneno. É uma miniatura delicada e terna de uma brevidade elegante, fotografada magistralmente por Willy Kurant num preto e branco radioso.