Bebé inglesa vítima de negligência dos pais no Algarve pode regressar a casa
Menina continua internada no hospital de Faro, após os pais, visivelmente alcoolizados, a terem atirado à piscina e, mais tarde, ainda com problemas de equilíbrio,a terem passeado ao colo numa varanda do 8.º piso de um hotel.
A menina continua esta terça-feira internada no Hospital de Faro, onde deu entrada no domingo à noite, após vários hóspedes terem alertado para o perigo em que se encontrava a bebé. Os pais, visivelmente alcoolizados, teriam durante a tarde atirado a menina à piscina e, mais tarde, a mãe, ainda com problemas de equilíbrio, terá passeado a menor ao colo na varanda do apartamento onde estão alojados, no 8º piso.
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A menina continua esta terça-feira internada no Hospital de Faro, onde deu entrada no domingo à noite, após vários hóspedes terem alertado para o perigo em que se encontrava a bebé. Os pais, visivelmente alcoolizados, teriam durante a tarde atirado a menina à piscina e, mais tarde, a mãe, ainda com problemas de equilíbrio, terá passeado a menor ao colo na varanda do apartamento onde estão alojados, no 8º piso.
Segundo explicou ao PÚBLICO, o porta-voz do comando da GNR de Faro, tenente-coronel José Palhau, a polícia foi chamada ao hotel em Albufeira às 20h30 do passado domingo, tendo sido confrontada com um quadro que a levou a pedir assistência médica para a menor. Após uma primeira avaliação, a criança foi transportada para o serviço de pediatria do hospital de Faro. “Foi feito um auto de notícia e o expediente foi enviado para o Tribunal de Família e Menores de Portimão”, adianta José Palhau.
Contactado pelo PÚBLICO, fonte oficial do hospital apenas confirma que a criança se mantém internada, sem adiantar detalhes sobre a situação clínica. O PÚBLICO apurou, contudo, que a criança está clinicamente bem, não tendo sido confirmadas as suspeitas de que a menor tinha sido sedada.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma que o Ministério Público no Tribunal de Família e Menores de Portimão recebeu uma comunicação “relativa a eventual situação de perigo” da bebé que se encontra em Portugal como os pais. “O Ministério Público comunicou a situação à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens [CPCJ] de Albufeira, entidade que tem competência para acompanhar a situação da criança, uma vez que obteve o consentimento dos pais”, esclarece a PGR. A procuradoria lembra que nos termos da Lei de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo a intervenção judicial é subsidiária relativamente à das comissões de protecção, tendo lugar apenas nos casos em que estas não obtenham o consentimento dos pais.
A presidente da CPCJ de Albufeira, Manuela Lima, precisa que recebeu a comunicação do Ministério Público na segunda-feira, tendo já realizado várias diligências. “Já ouvimos os pais da menor e já contactamos o consulado inglês e a nossa congénere no Reino Unido”, afirma Manuela Lima. A responsável refere que os pais da bebé “estão conscientes que não procederam bem e estão empenhados no bem-estar da criança”. Como a família não reside em Portugal, a comissão considerou que seria melhor a bebé regressar ao país de origem, onde, garante, a situação será acompanhada e avaliada pelos serviços locais de protecção de menores. “Já enviamos o processo todo para Inglaterra”, informa a presidente da CPCJ de Albufeira.
Enquanto a bebé estiver em Portugal, a comissão continuará a acompanhá-la, estando a articular a sua actuação com o hospital de Faro. Manuela Lima esclarece, contudo, que a guarda da menor nunca foi retirada aos pais.
No Hotel Apartamento Paraíso, em Albufeira, onde a família está hospedada, ninguém esteve disponível para prestar esclarecimentos. Uma funcionária da recepção desta unidade hoteleira de quatro estrelas, composta por 396 apartamentos, informou ainda que não estava autorizada a passar chamadas de jornalistas para o casal inglês.