Portugal desilude contra o Canadá no último jogo de preparação
Demasiado permissiva na defesa, a renovada selecção nacional perdeu por 8-52, confirmando que ainda precisa de evoluir muito.
Sem Julien Bardy, que foi dispensado da partida – o melhor jogador português foi utilizado pelo Clermont no Top 14 francês -, Portugal revelou-se uma equipa vulgar. Ao contrário do que tinha acontecido contra as Fiji, uma selecção que até está à frente do Canadá no ranking da IRB, os portugueses estiverem sempre apáticos, principalmente nas tarefas defensivas.
Ao contrário dos fijianos, uma que usam e abusam do seu poderio físico, os canadianos são uma selecção bastante equilibrada, que procura sempre abrir o jogo através da velocidade e técnica dos jogadores das linhas-atrasadas, e Portugal nunca mostrou argumentos para travar este trunfo do Canadá. Os sete ensaios canadianos, resultaram sempre de arrancadas dos seus três-quartos, que conseguiram furar com facilidade a barreira defensiva nacional.
No terceiro jogo como seleccionador nacional, Frederico Sousa colocou em campo praticamente a mesma equipa que há uma semana conseguiu a segunda maior vitória da história dos “Lobos”: 68-0 no Brasil. A única alteração foi a troca de Bardy por Fernando Almeida, mas apesar da enorme diferença de qualidade entre brasileiros e canadianos, o “XV” nacional foi uma sombra da equipa que esteve em São Paulo.
Os primeiros minutos mostraram duas equipas com vontade de jogar à mão, mas desde cedo se percebeu que os portugueses estavam em dia mau. Logo nos 10 minutos iniciais, Portugal perdeu dois alinhamentos a seu favor e, aos 11’, o Canadá chegou ao ensaio, aproveitando as falhas de placagens dos defesas nacionais. O filme voltaria a repetir-se por mais duas vezes até ao intervalo, altura em que o Canadá já vencia por 25-3.
Na segunda parte as debilidades defensivas dos Lobos acentuaram-se. Apesar de mostrar boas iniciativas no ataque, Portugal esbarrava sempre na organizada defesa do Canadá e, do outro lado, os canadianos encontravam via aberta para a linha de ensaio. Foi, por isso, sem surpresa, que a selecção da América do Norte começou a coleccionar ensaios até marcar, aos 71’, o sétimo do encontro. Num dia para esquecer, fica o merecido destaque para Pedro Bettencourt. O jogador do CDUP, que esta semana completou 19 anos, marcou o ensaio português, concluindo uma excelente iniciativa de Vasco Uva, um dos poucos atletas nacionais que esteve a bom nível.