Like Someone in Love
Talvez pudesse ser altura de juntarmos Woody Allen e Abbas Kiarostami: ambos têm recentemente filmado “em viagem”, fora dos seus habituais territórios de caça, sem que isso altere minimamente as coordenadas dos seus respectivos cinemas. Depois do “italiano” Cópia Certificada (2010), o “japonês” Like Someone in Love é profundamente nipónico na pacatez simples, quase zen, com que o iraniano desenha ternamente o encontro entre uma universitária que se prostitui para ganhar dinheiro e um professor reformado que parece buscar outra coisa que não sexo. Mas é também completamente Kiarostami na forma como tudo fica por dizer e por explicar, como o iraniano utiliza o seu habitual jogo de espelhos entre ficção e realidade, verdade e fantasia, para reflectir sobre a condição humana. É pena o final reintroduzir abruptamente a dimensão abstracta em que às vezes Kiarostami se perde e que o realizador conseguira contornar elegantemente durante todo o filme.
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Talvez pudesse ser altura de juntarmos Woody Allen e Abbas Kiarostami: ambos têm recentemente filmado “em viagem”, fora dos seus habituais territórios de caça, sem que isso altere minimamente as coordenadas dos seus respectivos cinemas. Depois do “italiano” Cópia Certificada (2010), o “japonês” Like Someone in Love é profundamente nipónico na pacatez simples, quase zen, com que o iraniano desenha ternamente o encontro entre uma universitária que se prostitui para ganhar dinheiro e um professor reformado que parece buscar outra coisa que não sexo. Mas é também completamente Kiarostami na forma como tudo fica por dizer e por explicar, como o iraniano utiliza o seu habitual jogo de espelhos entre ficção e realidade, verdade e fantasia, para reflectir sobre a condição humana. É pena o final reintroduzir abruptamente a dimensão abstracta em que às vezes Kiarostami se perde e que o realizador conseguira contornar elegantemente durante todo o filme.