Carro armadilhado explode num bastião do Hezbollah em Beirute
Ataque, que fez meia centena de feridos, coincide com aumento da tensão no país por causa da guerra na Síria
Segundo a edição online do Daily News, jornal libanês de língua inglesa, a explosão incendiou 15 automóveis estacionados junto a uma cooperativa comercial no bairro de Bir al-Abed, provocando uma coluna de fumo negro visível a vários quilómetros de distância. Residentes acorreram ao local para ajudar os feridos, mas foram mandados recuar por receio de uma segunda explosão.
O ministro da Saúde libanês, Ali Hasan Khalil, não confirmou informações avançadas pela imprensa libanesa sobre a existência de uma vítima mortal, adiantando que 53 pessoas receberam assistência médica, das quais 12 continuam hospitalizadas. Muitos dos feridos eram mulheres e crianças que àquela hora estavam na rua a fazer compras para o início do Ramadão.
A Reuters adianta que o Hezbollah tem vários escritórios na zona e o movimento xiita acredita que era o alvo do ataque. “Este acto malicioso tem claramente a marca do inimigo israelita e dos que o servem”, disse ao Daily News um deputado da ala política do Hezbollah.
Este é o segundo ataque desde o início do ano contra zonas controladas pelo movimento. Em Maio, quatro pessoas ficaram feridas quando dois rockets atingiram o subúrbio de Shiyah e, desde então, o Exército libanês anunciou ter desmantelado outros projécteis na região de Beirute.
Não é claro quem lançou nenhum destes ataques. O certo é que aconteceram depois de Hassan Nasrallah, o líder do Hezbollah, ter confirmado que as suas milícias estão a combater ao lado do Exército sírio para derrotar a rebelião. Há vários meses que a oposição síria denunciava a presença de combatentes libaneses no país, mas a extensão do envolvimento do Hezbollah ficou clara quando, em Junho, participou na tomada de Qusair, cidade estratégica na fronteira sírio-libanesa, que estava há meses em poder dos rebeldes.
O envolvimento na guerra torna mais real o perigo de o conflito atravessar a fronteira e estender-se ao Líbano, país onde as feridas da guerra civil estão por sarar e que é atravessado pelas mesmas divisões étnicas e confessionais que dividem a Síria. Os xiitas – a maioria da população e que apoiam o actual Governo onde o Hezbollah é a força dominante – são defensores do regime de Bashar al-Assad, enquanto os sunitas apoiam a rebelião armada síria, constituída também na sua maioria por sunitas.
<b>Notícia actualizada</b>: Corrige e actualiza balanço de vítimas.