Homem que recebeu primeiro transplante de duas pernas foi amputado

Hospital de Valência teve de retirar membros a um jovem que, devido a outra doença, deixou de poder tomar drogas imunossupressoras.

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O cirurgião Pedro Cavadas liderou uma equipa de 50 profissionais para fazer o transplante em 2011 AFP

A identidade do homem que terá actualmente 22 anos nunca foi revelada. Há apenas dois anos, recebeu – com sucesso – um transplante de duas pernas, conseguido pela equipa de cirurgiões do Hospital La Fe, em Valência, liderada pelo médico Pedro Cavadas. Esta semana, segundo noticia a AFP, o hospital anunciou que as duas pernas acabaram por ter de ser amputadas. Segundo a equipa médica, a decisão foi tomada devido a uma doença que não está relacionada com o transplante mas que o impedia de prosseguir com a medicação que previne a rejeição dos membros.

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A identidade do homem que terá actualmente 22 anos nunca foi revelada. Há apenas dois anos, recebeu – com sucesso – um transplante de duas pernas, conseguido pela equipa de cirurgiões do Hospital La Fe, em Valência, liderada pelo médico Pedro Cavadas. Esta semana, segundo noticia a AFP, o hospital anunciou que as duas pernas acabaram por ter de ser amputadas. Segundo a equipa médica, a decisão foi tomada devido a uma doença que não está relacionada com o transplante mas que o impedia de prosseguir com a medicação que previne a rejeição dos membros.

Segundo declarações dos responsáveis do hospital espanhol, citados pela agência de notícias, os médicos consideraram que a doença – que não foi especificada -  era “mais urgente” de tratar.

A inédita operação foi realizada em Julho de 2011, por uma equipa de 50 médicos, liderados pelo especialista Pedro Cavadas, numa cirúrgica que durou mais de dez horas. O jovem tinham perdido as duas pernas, numa amputação acima do joelho, na sequência de um acidente de viação.

Após o transplante, o doente teria de tomar drogas imunossupressoras – que impedem a rejeição de órgãos transplantados – durante toda a vida. Esta medicação essencial foi suspensa na sequência de uma doença contraída posteriormente.

"Nesses casos, o protocolo exige que se o órgão transplantado não é vital, ele deve ser removido para permitir que o paciente possa ser tratado da doença, que é mais grave e urgente", refere a BBC citando um boletim médico do Hospital La Fe.

Anos antes, em 2006, o cirurgião Pedro Cavadas tinha conseguido, pela primeira vez, um transplante de duas mãos.