Índice de clima económico sofre maior queda do ano em Dezembro
O INE mostra que em Novembro e Dezembro a actividade económica caiu menos devido à hotelaria e que o índice de clima económico continua a piorar e a renovar mínimos históricos.
Já os indicadores que medem o consumo privado e o investimento mostraram nos últimos resultados uma queda menos grave do que nos meses anteriores.
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Já os indicadores que medem o consumo privado e o investimento mostraram nos últimos resultados uma queda menos grave do que nos meses anteriores.
O indicador que avalia o clima económico em Portugal - elaborado através de inquéritos a vários sectores económicos - fica assim no valor anual mais baixo desde que teve início o registo, em 1989.
Nesta sexta-feira foram ainda divulgados os números da actividade económica de Novembro, o último mês disponível. Este índice registou uma quebra de 1,8% em Novembro, mais ténue do que os meses anteriores e voltando ao mesmo nível de Março.
Mas este abrandamento da queda tem exclusivamente a ver com o aumento das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros, o único índice do conjunto que sofreu um aumento, para os 3,6% positivos. Em todos os outros sectores, os indicadores de actividade e volume de negócios caíram em toda a linha.
Os indicadores de consumo privado e do investimento registaram quedas mais ligeiras, de acordo com os últimos resultados do INE.
Na dimensão quantitativa do consumo privado, em Novembro (o último mês disponível), o indicador teve a queda mais ligeira de todo o ano: 2%. Este valor vem confirmar a tendência de desaceleração da queda que se notou ao longo do ano. Em Janeiro, o consumo privado diminuía 6,1%, enquanto em Novembro o valor se situa nos 2%.
Esta melhoria no índice de consumo privado prende-se exclusivamente com o índice de volume de negócios a retalho, que caiu 6% em Novembro, menos do que os 6,2% do mês anterior. Também as vendas de automóveis baixaram menos nesse mês, embora o INE apresente já resultados de novo agravamento na indústria em Dezembro.
A acompanhar os valores quantitativos dos indicadores de consumo estão os indicadores de confiança dos consumidores, que caíram para um total global de 59,8% negativos, o dobro do valor quanto ao clima de confiança dos consumidores na União Europeia, que se encontra actualmente nos 24,1%, também negativos.
Os valores que medem o desempenho do investimento também registaram quedas menos acentuadas nos resultados divulgados nesta sexta-feira. De acordo com o relatório do INE, este recuo verifica-se sobretudo graças à queda menos expressiva do investimento em material de transporte (16,4% negativos em Novembro face a 19,6% negativos em Outubro) e no investimento na construção (menos 20% em Novembro, comparáveis com 20,3% negativos em Outubro). A quebra de investimento em máquinas e equipamentos manteve em Novembro os 7,8% negativos de Outubro.