Boavista promete defesa “intransigente e firme” dos seus “direitos legítimos”
"Axadrezados" consideram que a eventual irreversibilidade da descida de divisão de que foram alvo se trata de "uma hipótese meramente académica".
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O que está em causa é um recurso do Boavista que o Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) apreciou em 17 de Junho de 2009, relacionado também com situações que ditaram a sua descida de divisão.
Esse recurso prende-se com um jogo da época 2003-04, em que os “axadrezados” defrontaram o Belenenses, dele resultando, cinco anos depois um acórdão a que a agência Lusa teve acesso e cuja validade, porém, os “axadrezados” contestam com base numa decisão recente do Tribunal Central Administrativo do Sul.
Nesse acórdão, o CJ deliberou, por um lado, absolver os arguidos na decisão referente ao jogo com o Belenenses e, por outro, proferir a decisão final de “manter a sanção de `baixa de divisão´ à arguida Boavista Futebol Clube, SAD”, devido a “coacção de equipa de arbitragem” noutros dois jogos, com Académica e Benfica.
A SAD do Boavista começou por não querer reagir oficialmente a esta notícia, mas esta quarta-feira emitiu um comunicado referindo que preferiu manter “uma notória reserva e indiscutível discrição, mesmo depois de, por duas vezes, ter sido dado provimento” aos seus argumentos no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa.
Os “axadrezados” consideram que as notícias publicadas sobre o assunto partem de uma “hipótese meramente académica”. “Caso tal hipótese académica pudesse, por absurdo, vir a ser adoptada - no que não acreditamos -, tal mereceria sempre a necessária, intransigente, firme, alicerçada e fundamentada resposta desta SAD, cujos direitos legítimos, já adquiridos ou a adquirir, seriam sempre e em qualquer caso integralmente reclamados”, sublinham.
“Definitivamente, não se tente subverter uma decisão do Conselho de Justiça da FPF que, em Junho de 2009, declarou a prescrição do processo em causa e, assim, absolveu esta SAD, tentando torná-la, agora, em algo que não faz qualquer sentido”, reforça a SAD boavisteira.
No comunicado, assinado pelo administrador Diogo Braga, a instituição reclama “razão integral e fundamentada” neste caso jurídico, “como, aliás, foi recentemente, mais uma vez, reconhecido em última instância pelo Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa”.