Associação dos ginásios alerta para situação “dramática” nos próximos meses

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Últimos dados referente a Março indicam queda na facturação líquida em 25% e de clientes em 17% Foto: Dulce Fernandes / PÚBLICOq

As dificuldades enfrentadas pelos ginásios, principalmente devido ao aumento do IVA para 23% e à crise económica, e as alterações no enquadramento legal das suas atividades, são temas em debate no 5º Encontro Nacional que vai decorrer na sexta-feira e sábado.

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As dificuldades enfrentadas pelos ginásios, principalmente devido ao aumento do IVA para 23% e à crise económica, e as alterações no enquadramento legal das suas atividades, são temas em debate no 5º Encontro Nacional que vai decorrer na sexta-feira e sábado.

Os ginásios “estão numa situação económica muito difícil” e aqueles que “ainda não encerraram têm pago o IVA (Imposto sobre Valor Acrescentado), mas em situações dramáticas, recorrendo ao crédito bancário, cuja torneira já se fechou, ou até a poupanças pessoais” dos seus gerentes ou dos sócios, disse hoje à agência Lusa o presidente da Associação dos Ginásios de Portugal (AGAP).

“A partir de agora a situação vai ser absolutamente dramática e prevemos o encerramento de muitas unidades durante o próximo semestre”, salientou José Júlio Castro.

O responsável referiu o exemplo de uma grande cadeia de ginásios portuguesa que chegou a ter 110 clubes em 2010 e atualmente tem 54.

Embora não haja um registo nacional de empresas abertas e fechadas neste setor, a AGAP assume “o encerramento de um ginásio, quando fica incontactável, o que se tem verificado muito nos últimos meses”.

Os últimos dados da associação, referentes ao final de março, davam conta de uma queda da faturação líquida de 25% e de clientes de 17%, na comparação com igual período do ano passado. cerca de 80% das empresas apresentava descidas na sua atividade.

“Entendemos não ter havido bom senso na tomada de decisão súbita de subir o IVA” de seis para 23% e, na altura, “alertamos que seria lícito pedir aos ginásios que suportassem uma subida” para 13% que “já seria, mesmo assim, uma enorme subida”, disse o presidente da AGAP.

Neste momento, “seria absolutamente oportuno, até para as receitas do Estado, que fosse suspenso este espiral de encerramentos de empresas para que o Estado possa continuar a receber receitas”, defendeu.

Os encontros anuais dos ginásios pretendem ser uma forma de informação e de formação para o setor e, este ano, além da crise, serão analisadas as alterações do enquadramento legal de atividades desenvolvidas e da formação exigida aos profissionais de fitness.

A legislação recentemente publicada uniformizou a lei nacional com a comunitária e possibilita que profissionais não licenciados possam exercer as suas atividades nos ginásios, passando a ser obrigados a ter um manual de procedimentos para consulta pública.