Face Oculta: Godinho terá gasto “em luvas” quase um milhão de euros
O cálculo restringe-se a situações suportadas documentalmente na acusação divulgada anteontem, solicitando o procurador Carlos Filipe que estas vantagens obtidas pelas empresas do grupo Godinho sejam declaradas perdidas a favor do Estado. E que o mesmo destino seja dado aos mais de 838 mil euros gastos “em luvas” por Godinho como contrapartida dos favores prestados por vários dos arguidos.
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O cálculo restringe-se a situações suportadas documentalmente na acusação divulgada anteontem, solicitando o procurador Carlos Filipe que estas vantagens obtidas pelas empresas do grupo Godinho sejam declaradas perdidas a favor do Estado. E que o mesmo destino seja dado aos mais de 838 mil euros gastos “em luvas” por Godinho como contrapartida dos favores prestados por vários dos arguidos.
Das empresas lesadas, a Refer é a que sofreu o maior prejuízo, contabilizando mais de 1,7 milhões de euros pagos (60 por cento do total) em 11 negócios alegadamente ilícitos. Há burlas qualificadas, furto qualificado, corrupção e falsificações de notação técnica entre os crimes imputados aos sete funcionários da empresa, um dos quais está há anos desligado da mesma.
Só num dos casos, o Ministério Público alega que Godinho teve um benefício ilegítimo de 1,1 milhões de euros, relativos a trabalhos que lhe foram adjudicados por aquele antigo funcionário, então Coordenador do Eixo-Douro e Minho, ultrapassando as suas competência e sem autorização da administração da Refer, nem qualquer suporte contratual.
É exactamente quando as empresas de Godinho começam a sentir dificuldades em contratar com a Refer, que entre 2004 e 2006 era apresentada como a principal fornecedora da O2 – a maior empresa de Godinho – que o empresário de Ovar tenta através de contactos privilegiados com o empresário Lopes Barreira e o então vice-presidente do BPC, Armando Vara, afastar o actual presidente da Refer, Luís Pardal e a então secretária de Estado das Obras Públicas, Ana Paula Vitorino.