Annan acusado de não ter assegurado isenção no programa "Petróleo por Alimentos"

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Não existem provas que envolvam Kofi Annan nos alegados casos que colocam o seu filho no centro do escândalo Justin Lane/EPA

É "improvável" que o contrato com a Cotecna, sociedade para a qual trabalha Kojo Annan e responsável pela ONU de inspeccionar as importações no Iraque, fosse renovado se Kofi Annan tivesse ordenado a realização de um inquérito aprofundado, sustenta ainda o relatório da comissão de inquérito.

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É "improvável" que o contrato com a Cotecna, sociedade para a qual trabalha Kojo Annan e responsável pela ONU de inspeccionar as importações no Iraque, fosse renovado se Kofi Annan tivesse ordenado a realização de um inquérito aprofundado, sustenta ainda o relatório da comissão de inquérito.

A comissão, presidida pelo norte-americano Paul Volcker, sublinha, porém, não ter elementos que mostrem que o secretário-geral da ONU exerceu qualquer "influência" na atribuição desse contrato. "Nenhum elemento mostra que a escolha da Cotecna, em 1998, tenha sido alvo de uma influência activa e inapropriada pela parte do secretário-geral durante o processo de eleição", esclarece o relatório. A comissão de inquérito indica ainda que "a Cotecna conseguiu o contrato em 1998 porque oferecia a melhor proposta no mercado".

O relatório coloca, porém, em causa o filho de Kofi Annan, considerando que este tentou dissimular as suas relações com a sociedade que trabalhava para o programa no Iraque. "Questões importantes" continuam a colocar-se sobre a integridade do filho de Kofi Annan no âmbito do programa "Petróleo por Alimentos", sustenta a comissão de inquérito, acusando Kojo Annan de ter "activamente participado nos esforços da Cotecna" para esconder as suas ligações com a empresa. Kojo Annan é ainda acusado de ter "enganado intencionalmente o secretário-geral da ONU sobre as suas relações financeiras".

Em vigor desde 1996, o programa "Petróleo por Alimentos" permitiu ao Iraque exportar petróleo em troca de bens civis de forma a aligeirar o impacto das sanções internacionais impostas ao regime de Saddam Hussein. Em termos práticos, o programa terminou em 2003 com a invasão do país pelas forças americanas.

A comissão de Volcker, ex-presidente da Reserva Federal americana, foi nomeada em Abril de 2004 por Annan para investigar o programa - que documentos conhecidos desde a queda do regime de Bagdad mostravam ter sido mal gerido pela ONU e corrompido pelo regime de Saddam. Numa primeira avaliação às auditorias internas, apresentada a 10 de Janeiro, conclui-se que falhas de gestão e um controlo defeituoso dos contratos estabelecidos no âmbito do programa custaram milhões.