Saída de Durão do Governo seria acto “suicida” para o PSD

Marcelo está convencido que a possibilidade de o primeiro-ministro o vir a fazer, fruto das pressões de outros colegas europeus, é “nula”, mas vê com bons olhos a indicação do nome de Durão Barroso.

Foto
Marcelo Rebelo de Sousa era em 200 comentador na TVI

O ex-presidente do PSD Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ontem ao PÚBLICO que seria um acto “suicida”, se Durão Barroso trocasse, nesta altura, o lugar de primeiro-ministro pelo de presidente da Comissão Europeia. Para o professor de Direito, seria uma espécie de sentença de morte do PSD “para todas as eleições seguintes”.

Marcelo está convencido que a possibilidade de o primeiro-ministro o vir a fazer, fruto das pressões de outros colegas europeus, é “nula”, mas vê com bons olhos a indicação do nome de Durão Barroso.

Se o primeiro-ministro quisesse o cargo, o ex-líder do PSD considera que teria êxito por vários motivos: é do Partido Popular Europeu, o partido mais forte da União Europeia; tem “uma abertura pró-americana”; foi sempre “dialogante” com a França e a Alemanha “sem quebrar as pontes” e “tem tido actuações persuasivas a nível da UE”.

Rebelo de Sousa acredita que Portugal irá apoiar a candidatura do ex-comissário francês Michel Barnier, que, por agora, conta com a oposição de países como a Inglaterra e a Itália. Se Durão Barroso conseguir ter um papel influente junto dos Governos destes dois países, poderá vir a ter mais força na Comissão Europeia, defende Marcelo, o que significa que poderá escolher o pelouro de comissário para Portugal, como o da Economia, Agricultura ou Negócios Estrangeiros.

Quanto à possibilidade de o socialista António Vitorino ser escolhido para a presidência da Comissão Europeia, Marcelo lembra que, nas audições dos diversos países, os governos socialistas “deixaram cair de forma pornográfica” o nome daquele ex-ministro de António Guterres e actual comissário português. O socialista Guterres também chegou a ser mencionado como um forte candidato à presidência da Comissão Europeia, mas não quis entrar na corrida.

Sobre política interna, o ex-presidente do PSD é ainda da opinião que Durão seria “insubstituível” no papel de manter a união entre PSD e CDS. Se a actual situação se pusesse daqui a três anos, Marcelo admitia que Durão aceitasse e que o lugar de primeiro-ministro viesse a ser ocupado por Pedro Santana Lopes, “uma vez que é o primeiro vice-presidente do PSD”.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários