Albufeira: segunda noite de violência acaba com 34 detidos e 8 feridos (actualização)

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Os detidos envolvidos nos distúrbios de ontem de madrugada começaram a ser ouvidos pelo tribunal Rui Vieira/AP

Segundo disse à Lusa a presidente da Administração Regional de Saúde/Algarve, Assunção Martinez, oito pessoas foram assistidas na madrugada de hoje no Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde de Albufeira oito feridos nos confrontos, todos de nacionalidade britânica.

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Segundo disse à Lusa a presidente da Administração Regional de Saúde/Algarve, Assunção Martinez, oito pessoas foram assistidas na madrugada de hoje no Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde de Albufeira oito feridos nos confrontos, todos de nacionalidade britânica.

Todos os assistidos apresentavam ferimentos ligeiros, nomeadamente na face e na cabeça e dois deles acabaram por fugir do Centro de Saúde, aparentemente por receio de serem identificados.

Os 34 detidos poderão ser ouvidos ainda hoje em tribunal, mas o mais certo é que a audiência só ocorra quinta-feira, disse à Lusa uma fonte da GNR.

Segundo o comando-geral da GNR, um dos detidos foi conduzido ao Hospital de Faro e um militar das forças de segurança também ficou ligeiramente ferido.

Ainda de acordo com a GNR, os incidentes desta madrugada envolveram cerca de 300 adeptos de futebol, na sua maioria ingleses.

Os desacatos começaram cerca da 01h30 desta madrugada, quando várias dezenas de adeptos começaram a entoar cânticos, o que atraiu ao local ainda mais ingleses.

De acordo com a GNR, os ingleses começaram então a provocar e agredir pessoas que circulavam na área.

Perante a intervenção gradual das forças de segurança, "assumiram comportamentos deliberadamente violentos", arremessando cadeiras contra as janelas de bares e todo o tipo de objectos contundentes contra as forças de segurança, afirma o Comando-Geral da GNR.

Cerca das 02h15, verificou-se um reforço significativo das autoridades, com recurso a forças de infantaria, cavalaria e militares acompanhados por cães, ao mesmo tempo que era dada ordem de encerramento a todos os bares.

Fonte da GNR disse à Lusa que as autoridades têm preparado um dispositivo de segurança na zona dos bares de Albufeira, que passa por uma presença dissuasora de agentes da autoridade e pela permanência de forças especiais próximas dos locais de risco.

"Estamos a trabalhar em ligação estreita com os ´spoters´ estrangeiros na recolha de informações sobre os desordeiros mais problemáticos", disse.

O mesmo responsável adiantou que o modo de operação dos britânicos mais agressivos revela "um certo grau de organização" e alguma aversão a cidadãos negros.

Os desordeiros não têm utilizado armas brancas ou barras metálicas, limitando-se a utilizar cadeiras, garrafas e copos, disse a mesma fonte.

Hoje de manhã, pouco antes das 10h00, começaram a ser ouvidos os 14 detidos - doze ingleses, um russo e um português - nos incidentes da madrugada de ontem, que passaram a noite no estabelecimento prisional de Olhão.

A UEFA já reagiu aos acontecimentos. O seu director de comunicação desvalorizou os incidentes ocorridos nos últimos dias com adeptos ingleses, considerando que estes nada têm a ver com o Euro 2004. "Incidentes como os que aconteceram em Albufeira acontecem todos os Verões no Mediterrâneo e não têm relação directa com o futebol, por isso vamos deixar a polícia portuguesa fazer o seu trabalho", afirmou ontem William Gaillard.

Para Gaillard, os incidentes ocorridos nos últimos dias "não foram batalhas campais entre adeptos de selecções rivais". Sobre a hipótese de expulsão de qualquer uma das 16 selecções presentes na fase final do Euro por causa da violência dos adeptos, o responsável da UEFA explicou que, para isso, seria necessário repetirem-se as cenas graves no Europeu de 2000. "Existe a possibilidade de expulsar qualquer selecção, mas teriam que se registar graves incidentes nos estádios e nas suas imediações e colocar em perigo a integridade física do público", explicou.