Londres confirma eleições na Irlanda do Norte a 26 de Novembro
O governo e a assembleia da Irlanda do Norte foram suspensos por Londres em Outubro de 2002 e os unionistas protestantes recusam-se a continuar a dividir o poder com o Sinn Féin, a ala política do IRA (Exército Republicano Irlandês, católico).
"Lamentamos muito que apesar dos desenvolvimentos significativos no processo de paz na semana passada e durante o fim-de-semana, não houve a possibilidade de resolvermos todas as diferenças no que toca ao desarmamento" das milícias, indicou Downing Street em comunicado.
"As eleiçõesm terão lugar no dia 26 de Novembro, como foi anunciado na semana passada", lê-se no comunicado, que acrescenta que espera que o escrutínio se desenrole num clima "construtivo e positivo".
O governo "tentará, de forma urgente, após as eleições, criar condições que permitam formar um órgão executivo" na Irlanda do Norte, precisou o texto.
O IRA, principal milícia da Irlanda do Norte, procedeu na semana passada a um terceiro acto de desmantelamento do seu arsenal. Porém, a iniciativa foi considerada insuficiente pelos unionistas protestantes para que se pudesse de novo fazer a divisão de poderes com o Sinn Féin no seio das instituições nascidas dos acordos de Abril de 1998.
O chefe dos unionistas do Ulster e antigo primeiro-ministro da Irlanda do Norte, David Trimble, afirmou então que o relatório do general canadiano John de Chastelain, o observador do acto de desmantelamento do arsenal do IRA, era pouco "transparente". Os unionistas reclamam um "inventário" das armas neutralizadas.
O IRA é o actor principal de um conflito sangrento que, de 1969 a 1997 - data do cessar-fogo do IRA - fez cerca de 3000 mortos e mais de 33 mil feridos na Irlanda do Norte, Grã-Bretanha e República da Irlanda.