Portugueses exigem medidas severas para evitar repetição do crime de Fortaleza

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O crime de Fortaleza, no qual está envolvido Luís Militão Guerreiro, tem merecido um largo destaque na imprensa brasileira EPA

A carta, assinada pelo coordenador do CCPB, Neves Moreira, assinala o modo como o crime foi "consumado, com indícios de violência e requintes de crueldade", e refere que este deve "ser punido exemplarmente", noticia a Lusa.O coordenador do Conselho das Comunidades explica, ainda, que as medidas solicitadas têm em vista a "defesa do bem estar da população e, particularmente, a protecção ao turismo do nordeste brasileiro, em fase de acentuado crescimento e que pode vir a ser afectado" com este acontecimento.
O crime, no qual está envolvido um português - Luís Militão Guerreiro -, a viver há cerca de seis meses no Brasil, foi cometido na madrugada do dia 12 e tem merecido um largo destaque noticioso por parte da comunicação social brasileira.

Cronologia do desaparecimento e morte dos portugueses

11 de Agosto - Chegada dos portugueses Vítor Manuel Martins, Joaquim Silva Mendes, António Correia Rodrigues, Joaquim Manuel Pestana da Costa, Manuel Joaquim Barros e Joaquim Fernandes Martins a Recife, num voo da TAP, e ligação para Fortaleza, pela companhia aérea Varig.

12 de Agosto - Os portugueses chegam ao aeroporto de Fortaleza à 01h00 hora local (05h00 em Lisboa), onde são recebidos pelo compatriota Luís Miguel Guerreiro, mas não chegam ao Hotel Holiday Inn, onde tinham reservas. Investigações posteriores revelam que o grupo foi morto algumas horas depois e os corpos enterrados numa vala escavada no bar Vela Latina, propriedade de Luís Guerreiro.

14 de Agosto - Luís Guerreiro, residente no Brasil há cerca de um ano, desaparece com a mulher, a brasileira Maria Leandro Cavalcanti.

21 de Agosto - Data em que os portugueses deveriam ter regressado a Portugal. A imprensa portuguesa toma conhecimento do desaparecimento dos empresários através dos seus familiares.

22 de Agosto - A Polícia Federal (PF) de Fortaleza inicia as investigações e confirma a chegada dos portugueses a Recife através dos cartões de desembarque, cujo preenchimento é obrigatório para cidadãos estrangeiros. O desembarque do grupo em Fortaleza também é confirmado através de um vídeo de segurança interna, que regista o encontro dos portugueses com Luís Guerreiro. A PF divulga que foram feitos levantamentos nas contas dos empresários e divulga, através da imprensa, as fotos dos seis portugueses desaparecidos e de Luís Guerreiro. A polícia admite a hipótese de sequestro, mas investiga também a possibilidade de turismo sexual e do isolamento do grupo em alguma zona balnear no Ceará.

23 de Agosto - O Governo do Ceará ordena à Polícia Civil do estado total empenho nas buscas dos empresários. A Polícia Federal do estado do Piauí entra nas investigações e os agentes vasculham toda a região de Tuntum, no Maranhão, a cerca de 350 quilómetros de Teresina, onde um casal desconhecido fora visto pelos moradores da cidade. Luís Guerreiro não foi encontrado e as buscas prosseguem no município de Barra do Corda. Com a ausência de um pedido de resgate, a PF admite a possibilidade da morte dos portugueses.
À noite, Luís Guerreiro e a mulher foram detidos pela PF do Piauí e com eles foram apreendidos vários cartões de crédito, uma avultada quantia em dinheiro e uma carrinha, a mesma usada para receber os portugueses no aeroporto de Fortaleza.

24 de Agosto - Guerreiro e sua mulher são transportados para a Superintendência Polícia Federal do Piauí, em Teresina, onde prestam depoimento. O emigrante português disse aos agentes federais que levou os compatriotas para o bar Vela Latina, na Praia do Futuro, para comemorarem e que foram surpreendidos por três homens armados. Guerreiro disse ainda que teria sido libertado para levantar dinheiro com os cartões de crédito dos empresários e que não sabia se os compatriotas estavam vivos ou não.
Em Fortaleza, a PF prendeu Leonardo, um dos três seguranças do bar de praia de Guerreiro que participou no crime. Leonardo confessa o assassinato e aponta o local onde os corpos foram enterrados. Os agentes encontram os corpos dos seis empresários na Praia do Futuro, na vala debaixo da cozinha do bar de Luís Guerreiro.

25 de Agosto - Leonardo afirma ter sido Luís Miguel Guerreiro quem ordenou o massacre, depois de ter extorquido os cartões e o dinheiro aos portugueses. Seguranças revelam como mataram os portugueses Instituto de Medicina Legal de Fortaleza revela primeiros resultados das autópsias indicando que as vítimas poderiam estar vivas quando foram enterradas.

26 de Agosto - Relatório das autópsias confirma que os seis portugueses foram enterrados ainda com vida. Luís Guerreiro confessa à Polícia Federal ter sido o mentor e organizador dos assassinatos. Cunhado do autor confesso detido pela polícia em Fortaleza.

Fonte Lusa

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