Autocarro do Benfica apedrejado, dois jogadores feridos: “Passaram dos limites”

Ataque ocorreu depois do empate com o Tondela no Estádio da Luz, o primeiro jogo após a suspensão do campeonato.

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Zivkovic e Weigl nesta manhã, no Seixal DR

O autocarro do Sport Lisboa e Benfica foi atacado esta quinta-feira quando regressava ao centro de treinos do Seixal, no momento em que saía da A2. O arremesso de pedras surgiu na sequência do empate caseiro com o Tondela, no primeiro jogo da equipa depois da retoma do campeonato, que deitou por terra a hipótese de ultrapassar o FC Porto na classificação.

Segundo o jornal A Bola, o autocarro - que tinha escolta policial de três batedores da Polícia de Segurança Pública - foi apedrejado ao passar por um viaduto. Uma fonte policial adiantou ao Mais Futebol que suspeita que os atacantes façam parte da claque No Name Boys, afecta ao Benfica, mas como ainda não foi possível identificar o(s) autor(es).

Dois jogadores ficaram feridos na sequência do incidente. O alemão Julian Weigl e o sérvio Zivkovic foram transportados para o Hospital da Luz, informa o Benfica, depois de terem sido assistidos na academia do clube, no Seixal. Zivkovic ficou ferido no olho, atingido pelos estilhaços causados pelo arremesso dos objectos contra os vidros do autocarro.

Os “encarnados” responderam ao incidente, já na madrugada desta sexta-feira. Em comunicado, o Benfica “repudia e lamenta o criminoso apedrejamento de que foi vítima o autocarro dos seus jogadores” e promete “total colaboração com as autoridades, a quem apela para que seja feito o maior esforço, no sentido de identificar os delinquentes responsáveis por estes actos criminosos”.

Também a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) veio a público condenar o crime. “É absolutamente inaceitável que acontecimentos como estes continuem a ter espaço na sociedade, sendo fundamental deixar claro que os autores destes actos não são adeptos de futebol, mas sim criminosos que certamente serão identificados pelas forças de segurança e responsabilizados”, declara, em comunicado, o organismo liderado por Pedro Proença. 

Na manhã desta sexta-feira, Julian Weigl utilizou a rede social Instagram para deixar uma mensagem: “Só quero que saibam que estou bem. Tivemos muita sorte. Todos cometemos erros, mas aqui passaram dos limites!”, começou por escrever o médio alemão. “Eu sei que os verdadeiros adeptos do Benfica não são assim! Estas últimas semanas deveriam ter-nos mostrado que a melhor solução é estarmos juntos em vez de literalmente atirarmos pedras uns aos outros”. 

Ao longo dos anos, têm sido frequentes os apedrejamentos de autocarros antes ou depois de jogos de futebol. Aconteceu com o veículo que transportava a equipa feminina de futebol do Sporting, em Novembro de 2019, em Leiria; com o plantel principal do Benfica à chegada ao Estádio do Dragão, em Março de 2019; ou com a viatura do Sp. Braga, numa visita a Guimarães, em Outubro de 2018, só para citar alguns dos exemplos mais recentes.

Menos vulgar, a confirmar-se a suspeita de que elementos da claque do Benfica estarão na origem do ataque, é assistir-se a um ataque desta natureza por parte dos adeptos do próprio clube. Uma reacção que terá sido motivada pelo empate do Benfica na 25.ª jornada, que confirma uma fase cinzenta dos “encarnados” na época: nos últimos nove jogos, ganharam apenas um. 

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