Vidreiros da Marinha Grande cortam estrada e linha férrea

Foto
A Estrada Nacional (EN) 242 e a linha ferroviária do Oeste na zona da Amieirinha, Leiria, estão cortadas pelos vidreiros da Marinha Grande João Relvas/Lusa

A Estrada Nacional (EN) 242 e a linha ferroviária do Oeste na zona da Amieirinha, Leiria, estão cortadas desde o início da tarde de hoje. O dirigente do Sindicato de Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV) adiantou ao PUBLICO.PT que os vidreiros da Marinha Grande mostraram-se "frustrados" com o adiamento das soluções governamentais.

Os vidreiros da Marinha Grande tinham decidido suspender os protestos de rua de quinta-feira passada até hoje, o dia em que o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI) lhes daria soluções para os problemas financeiros que estão a suportar, mas a reunião foi adiada para sexta-feira."A reunião com o IAPMEI foi remarcada para sexta-feira, às 10h00, porque o conteúdo das negociações ainda não eram favoráveis", explicou o dirigente sindical Sérgio Moiteiro, adiantando que quando os trabalhadores souberam da decisão "consideraram-se frustrados e deliberaram manifestar-se publicamente".
Segundo Sérgio Moiteiro, as manifestações de hoje não são contra a veracidade das negociações em curso com o IAPMEI, "mas antes para dizer ao Governo que estão vivos para continuar a lutar".
Os cerca de cem trabalhadores que hoje se manifestam continuam a reclamar uma intervenção governamental que impeça a falência das duas empresas.
Os vidreiros da Mortensen estão sem receber desde há quatro meses e os da Mandata receberam apenas 40 por cento dos salários do mês de Setembro, não existindo garantias quanto ao futuro das duas empresas.
Contudo, o dirigente do STIV referiu que a administração da Mandata garantiu "não baixar os fornos até sexta-feira" e, por isso, amanhã a empresa continuará em laboração normal.
Entretanto, o presidente da Câmara da Marinha Grande revelou a existência de contactos com os administradores das duas empresas por parte de investidores ligados à indústria vidreira local.
"São propostas que estão a ser estudadas e analisadas por todas as partes e pelo IAPMEI", adiantou à Lusa Álvaro Órfão.
No caso da Mandata, a possibilidade de venda da empresa ou de uma injecção de capital está dependente do julgamento de um pedido de falência feito por um fornecedor, disse o autarca.
Já em relação à Mortensen, fonte do STIV revelou que os contactos feitos com a actual administração estão a ser dificultados pelo preço pedido para a venda da empresa.

Sugerir correcção
Comentar