O número de viaturas sem seguro aumentou 4,38%, entre 2011 e 2012, chegando a perto de 20 mil, segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. A crise económica é a principal responsável pela falta de pagamento e as seguradoras acreditam que é possível arranjar “soluções mais económicas” e evitar ter veículos em incumprimento.

Entre Janeiro e Outubro de 2011, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) registou 19.121 veículos sem seguro, um valor que aumentou para 19.959 no mesmo período deste ano, avançou esta terça-feira a Antena 1. Ainda de acordo com a ANSR, desde o início de 2012 até ao mês de Outubro, as forças de segurança multaram mais 800 condutores do que no ano passado por não terem o seguro em dia.

A acrescentar à falta de seguro automóvel, são dezenas de milhares os proprietários de viaturas que não procedem à inspecção do veículo. Mas houve um recuo nestes valores. A ANSR refere que nos primeiros dez meses deste ano foram detectados 46.134 automóveis sem a inspeção, menos 5873 que em 2011.

Situação em 2013 “vai ser difícil”

As seguradoras admitem estar a registar dificuldades entre os seus clientes mas afirmam estar dispostas a arranjar soluções que ajudem os proprietários das viaturas e também o sector.

Pedro Seixas Vale, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, em entrevista à Antena 1, não se mostrou surpreendido com os dados da ANSR. “Não é número muito exagerado”, sublinhou. O responsável diz que a “grande generalidade dos portugueses cumpre as suas obrigações” e dá como exemplo a diminuição do número de casos em que foi accionado o fundo de garantia automóvel, utilizado em casos em que a viatura não está segurada.

O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores realça, no entanto, que apesar do fundo garantir o pagamento das despesas relativas a um acidente rodoviário, o valor avançado terá de ser sempre pago.  

Quanto ao número de contratos que estão a ser realizados este ano, o responsável admite que “é muito inferior” aos anteriormente registados, situação agravada com a compra de menos automóveis.

Cabe também às seguradoras arranjar soluções para manter e angariar clientes. Pedro Seixas Vale diz que “as pessoas procuram soluções mais baratas”. E reconhece: “2013 vai ser um ano difícil. É um ano que vai ser mais difícil que 2012”.