Paulo Portas aceitou pagar 30 milhões de euros a mais por submarinos
Segundo um documento de 29 de Abril de 2004 do responsável pelo Grupo de Projecto dos Novos Submarinos (GPSS), capitão-de-mar-e-guerra Rui Rapaz Lérias, hoje citado pelo “Jornal de Notícias”, o preço dos submarinos, 712 milhões de euros, “não sofreu qualquer alteração relativamente ao valor da adjudicação”, apesar da “configuração dos submarinos ter sido degradada”.
Paulo Portas enviou na altura ao GPSS uma “orientação no sentido de se reduzirem as capacidades dos submarinos tendo em vista reduzir o seu preço de aquisição”. O responsável do GPSS indica no mesmo documento citado pelo “JN” que a orientação de Portas foi seguida e as reduções das capacidades técnicas dos submarinos ficaram avaliadas em valores de 18 a três milhões de euros, chegado a um valor total de 21 milhões de euros. Foi ainda contabilizada uma outra redução de dez milhões por se abdicar do empréstimo de dois submarinos usados que a Armada portuguesa iria usar até chegar o novo equipamento. Ficaria, assim, prevista uma redução de cerca de 30 milhões de euros.
Porém, segundo contas do relatório do GPSS, estes cortes não se verificaram na factura paga pelo Estado. Assim, no contrato assinado entre o ex-ministro Paulo Portas e o consórcio alemão configuram os 712 milhões de euros inicialmente acordados, ou seja, “não houve qualquer alteração relativamente ao valor da adjudicação”, segundo o relatório de Rui Rapaz Lérias.
Paulo Portas recusou-se a reagir de imediato a este relatório, remetendo para amanhã ou quarta-feira uma reacção ao documento.