Passos promete redução da despesa pública para 43% até 2015

Foto
Passos lançou alguns elogios implícitos ao PS Daniel Rocha/arquivo

Na abertura da discussão do Orçamento do Estado, o primeiro-ministro anunciou que Governo pretende fazer uma diminuição da despesa pública “sem precedentes”.

Numa intervenção que sublinhou, recorrentemente, o diálogo político e partidário em torno da proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2012 (“somos um exemplo para os nossos parceiros europeus”), o primeiro-ministro deu a conhecer ao Parlamento uma das metas definidas pelo Executivo em relação à despesa pública: “Caminhamos rapidamente para a redução da despesa pública para 43% e esta será uma redução sem precedentes”, afirmou, garantindo que o objectivo será alcançado até ao final da legislatura, em 2015.

Esta previsão está mais ou menos em linha com o delineado nas Grandes Opções do Plano 2012-2015, que aponta para um corte da despesa pública para os 43,5%. A confirmar-se, representará uma diminuição de cerca de seis pontos percentuais do PIB, visto que, em 2011, a despesa pública ronda os 49,3%.

Ao abrir o debate parlamentar sobre o OE, Passos Coelho insistiu, por diversas vezes, em classificar o documento como “duradouro”, “sustentável” e “equitativo”, apontando ainda a sua “robustez”, “equilíbrio” e “realismo”. Considerando que as propostas inscritas no OE traduzem o início da “estabilização da economia portuguesa”, o chefe do Governo não deixou de lançar alguns elogios implícitos ao PS, que irá abster-se na votação na generalidade e na votação final global, notando que, nas últimas semanas, Portugal “evidenciou-se” pelo consenso e discussão política”.

Numa referência à situação europeia, nomeadamente na zona euro, Passos frisou que as dificuldades “não são apenas económicas e financeiras, mas também políticas”. Pelo que, sustentou, os tempos exigem mais e melhor discussão política: “Mesmo na adversidade não podemos deixar de pensar no futuro.”

Numa altura em que o Governo, juntamente com a troika, está a negociar alguns ajustamentos no programa de assistência financeira, Passos assegurou que esta negociação não corresponde a uma alteração nas metas definidas no memorando. “Não o fizemos e nunca o faremos”, asseverou, “porque o compromisso é agir e decidir nas condições que existem e que muitas vezes não dependem das nossas escolhas”.

Notícia corrigida e actualizada às 15h44
Sugerir correcção
Comentar