Polícia travou plano para raptar o filho de Tony Blair

Os responsáveis seriam membros de um grupo "extremista" ligado a uma organização de defesa de pais divorciados

A polícia britânica investigou e travou, pouco antes do Natal, um plano para raptar o filho mais novo do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, Leo, de 5 anos. A operação policial foi desencadeada depois de ter sido descoberto que uma facção extremista de uma organização que luta pelo direito de os país divorciados terem mais acesso aos seus filhos estava a considerar a hipótese de raptar Leo como forma de chamar atenção para a sua luta. A notícia foi avançada pelo tablóide The Sun e confirmada por fontes anónimas da Scotland Yard à BBC e a vários jornais, mas o gabinete do primeiro-ministro recusou-se a fazer qualquer comentário sobre o que considera serem "questões de segurança". E, oficialmente, a polícia também não confirmou nem desmentiu a manchete do Sun
O projecto de rapto estava aparentemente numa fase muito incipiente - a ideia era raptar Leo apenas por algumas horas e depois entregá-lo são e salvo à sua família. Fontes policiais citadas pelo diário The Guardian e pela BBC explicaram que os serviços de contraterrorismo da polícia tomaram conhecimento de "conversas preparatórias" para raptar Leo Blair mas, em altura alguma, consideraram que as pessoas implicadas na conspiração tivessem capacidade para levar a cabo o seu projecto.
Na altura, ninguém foi preso. O que a polícia fez, discretamente, foi visitar alguns ex-membros do grupo Fathers 4 Justice (F4J) para os avisar que, se avançassem com os seus planos, corriam o sério risco de serem alvejados, segundo contou Matt O"Connor, fundador do F4J, ao Guardian. Depois destas "visitas", vários membros da organização apresentaram-se voluntariamente na Scotland Yard para garantirem que os F4J não estavam envolvidos em nenhum plano criminoso para prejudicar a família do primeiro-ministro.
O"Connor denunciou "sem reservas" esta forma de protesto e no seu site anunciou igualmente a suspensão das actividades do seu grupo até que tudo fique cabalmente esclarecido e o nome da organização saia limpo desta história toda.
O fundador desta singular organização recusa que a sua acção em defesa dos pais seja "desviada por extremistas". As acções dos F4J são conhecidas pela sua espectacularidade e mediatismo - uma das mais recentes foi a de um homem que escalou as paredes do Suprem Tribunal de Justiça de Londres vestido de Batman. "Nós fazemos acções directas pacíficas com uma pitada de humor. A nossa missão é unir pais e filhos e não separá-los", explicou O"Connor.
O casal Tony e Cherie Blair tem quatro filhos. Euan, que faz hoje 22 anos, Nicholas, 21 anos, Kathryn, 17 anos e o pequeno Leo. O seu nascimento em Maio de 2000 transformou-se num acontecimento nacional porque Blair fez história, já que a última fez que um primeiro-ministro em funções tinha sido pai fora em 1849.
Desde essa data - e também por causa da ameaça terrorista -, o casal Blair tem vindo cada vez mais a proteger a imagem e a vida privada dos seus quatro filhos, especialmente a de Leo, que nem sequer aparece na fotografia oficial dos cartões de Natal de Downing Street. A AFP referia ontem que a última aparição pública de Leo foi em Maio passado, por ocasião da reeleição do primeiro-ministro trabalhista. Os amigos da família receberam, no entanto, um cartão de Natal com a fotografia de todos os Blair.

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