Esquecer a gaffe, centrar-se na economia, levar Sarah

Recentrar a campanha na economia, o tema do terceiro debate televisivo dos líderes, foi o objectivo do dia de ontem de Gordon Brown, que visitou fábricas na zona das Midlands, fazendo apenas uma breve referência ao enorme fiasco de quarta-feira (o dia do Bigotgate), o dia em que, por deixar um microfone na lapela, o país inteiro ouviu o primeiro-ministro britânico chamar "preconceituosa" (bigoted) a uma eleitora do Labour que o abordou: "Ontem foi ontem, e hoje quero falar sobre o futuro da economia."

Brown andou ontem com a mulher, Sarah, a seu lado - sua conselheira de imagem, que não estava com ele em Rochdale, onde Brown encontrou Gillian Duffy, de 65 anos, que o bombardeou com perguntas, uma delas sobre imigração, que o levou ao desabafo já no carro que causou escândalo. Vários ministros do seu gabinete entraram ontem na campanha, desviando o foco da atenção dos britânicos para a economia.

Mas o episódio pode não ter sido assim tão negativo, na opinião dos eleitores. O Guardian noticiava ontem on-line que uma sondagem do Instituto YouGov, que o jornal The Sun preferiu não publicar, indicava que 50 por cento dos inquiridos concordava com a frase "Brown estava só a desabafar em privado. Não devemos pensar mal dele". Em comparação, 46 por cento concordava com a frase "Brown é um hipócrita".

Ontem, andando pelas ruas de Birmingham, a cidade onde se realizou o debate dos líderes, os jornalistas da Reuters chegaram a uma conclusão parecida, embora sem critérios científicos. "Sou supervisor e falo das pessoas quando elas saem da sala. Ele não sabia que tinha o microfone ligado, foi um erro", disse Martin Jennings, um gestor de tecnologias de informação de 34 anos. C.B.

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