John Prescott fala de rivalidade entre Blair e Brown

a John Prescott, vice de Tony Blair durante dez anos, contou ontem, numa entrevista ao Sunday Times, mais detalhes sobre a relação do primeiro-ministro britânico e o seu ministro das Finanças, Gordon Brown.As revelações de Prescott seguem--se às de Cherie Blair, que na véspera tinha começado a publicar a sua autobiografia no Times, e falava também do pacto, nunca reconhecido por Blair ou Brown, em que os dois tinham combinado dividir o poder, candidatando-se Blair a primeiro-ministro e deixando depois o lugar a Brown.
Prescott afirma que a demora de Blair em cumprir o prometido deixou Brown furioso. De tal modo que chegou a aconselhar Blair a demitir Brown - mas o primeiro-ministro "tinha medo" do seu ministro das Finanças. Também sugeriu a Brown que se demitisse e lutasse contra Blair, algo que Brown preferiu não fazer.
O antigo vice de Blair recusa-se a tomar partidos, mas diz que, dos dois, Brown era "o líder óbvio": Blair "dependia de Gordon... de cada palavra dele". Curiosamente, na véspera, Cherie dizia que Blair estaria agora a aconselhar Brown para que este evitasse uma derrota nas próximas eleições a seguir à derrota do Labour nas locais - Brown passa um mau momento, com uma nova sondagem no Observer em que três quartos dos inquiridos acham que o primeiro-ministro está a fazer um mau trabalho e metade destes um muito mau trabalho.
Enfim, Prescott acha que "a maior parte da culpa foi de Tony", já que "quebrou o acordo que tinha feito com Gordon, não uma, mas várias vezes". Mas, a favor de Blair, "ele fez promessas ambíguas e com condições". Apesar de tudo, o antigo vi-
ce acha que a culpa foi mais de quem
rodeava os dois, destacando o ministro da Educação, Ed Balls, e o dos
Negócios Estrangeiros, David Milliband.

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