João Moreira Rato vai ser o novo director do IGCP
O IGCP é a agência do Estado que tem a seu cargo a emissão de dívida pública. A liderança da instituição estava vaga desde a saída de Alberto Soares, cujo mandato expirou em Março.
Moreira Rato trabalhava actualmente no banco de investimentos Morgan Stanley, tendo também passado pelo Lehman Brothers e pelo Goldman Sachs.
Antes das eleições de 2011, Moreira Rato pertenceu ao grupo de coordenadores do gabinete de estudos do PSD, que também integrava o actual ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, e a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque. O futuro presidente do IGCP é igualmente um dos sócios do fundo de investimentos Nau Capital, um hedge fund sediado em Londres.
Para além de Moreira Rato, foi também nomeada para a direcção do IGCP Cristina Casalinho, actualmente economista-chefe do banco BPI. O Ministério das Finanças confirmou as notícias inicialmente avançadas pelo Diário Económico e Jornal de Negócios, segundo as quais Casalinho vai desempenhar funções de vogal na direcção de Moreira Rato.
O outro vogal da nova direcção do IGCP será António Pontes Correia, que transita da gestão anterior e cujo mandato ainda não tinha acabado.
Pelo contrário, o mandato do segundo vogal da direcção de Alberto Soares, Luís Varennes, já se tinha concluído, e este também irá abandonar a instituição.
Aquando da saída de Soares, o Governo anunciou que a nomeação da nova direcção do IGCP estava pendente “da aprovação e publicação da nova lei orgânica” que regula o instituto. Esta nova lei irá atribuir ao IGCP “um conjunto de novas competências”.
Alberto Soares fora nomeado para o IGCP pelo Governo de José Sócrates em Fevereiro de 2006. Depois de dois mandatos, saiu do instituto “por um cansaço natural”.
A nova direcção do IGCP terá de preparar o regresso de Portugal aos mercados de dívida de médio e longo prazo, prevista para Setembro do próximo ano.
Nos últimos meses, o IGCP tem conseguido atingir os objectivos com a emissão de bilhetes do Tesouro – instrumentos de dívida de curto prazo, cujas maturidades ainda estão abrangidas pela vigência do programa de assistência da troika. Nos leilões mais recentes, o IGCP tem testado o mercado emitindo bilhetes do Tesouro com maturidades mais alargadas, chegando mesmo a emitir dívida a um prazo de 18 meses.