Cristiano Ronaldo marca mais pelo Real mas ganhou mais com o United

O avançado português regressa na noite desta terça-feira a Old Trafford como adversário do clube que representou durante seis anos. Em causa está o apuramento para os quartos-de-final da Liga dos Campeões.

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Vai ser a primeira vez que Ronaldo regressa a Old Trafford, onde chegou como um miúdo promissor de 18 anos e de onde partiu como uma superestrela. “Ansioso por voltar a Old Trafford. Tenho tantas boas recordações ali”, escreveu Ronaldo no Twitter. Mas é melhor os adeptos dos red devils não contarem com ataques de sentimentalismo por parte do português, que marcou no encontro da primeira mão, no Bernabéu. Tomemos ainda como exemplo os dois confrontos de Cristiano Ronaldo como jogador do Manchester United frente ao Sporting, onde fez a sua formação. Foi em 2007, na fase de grupos da Liga dos Campeões, e, tanto em Old Trafford (1-0) como em Alvalade (1-2), Ronaldo marcou o golo do triunfo.

Com um hipotético regresso de Ronaldo a Inglaterra a aparecer ciclicamente na actualidade (por acção dos tablóides ingleses, sobretudo, com o facto de ainda não ter renovado com o Real a ajudar à especulação), o avançado está a atingir números em Madrid que nunca atingiu em Manchester. Ainda vai apenas a meio da sua quarta época no Real e já marcou 185 golos em 184 jogos, enquanto no Manchester United esteve seis épocas completas, com 118 golos em 292 jogos – 2007-08 foi, de longe, a sua melhor época pelo United, marcando 42 golos; nesta época, ainda com muito por disputar, já leva 39.

A verdade é que o United já contribuiu bem mais para o currículo de Ronaldo. Em seis épocas, entre 2003 e 2009, CR7 ganhou três vezes a Premier League, duas vezes a Taça da Liga, uma vez a Taça de Inglaterra, uma vez a Liga dos Campeões e uma vez o Mundial de clubes. Pelo Real, tem tido o azar de apanhar pela frente o Barcelona da era Guardiola (e Lionel Messi) e soma apenas um título de campeão espanhol, uma Taça do Rei e uma Supertaça de Espanha.

“O meu maior problema é se ele aparecer”, brincava ontem Alex Ferguson, que Ronaldo já reconheceu ser um dos seus pais futebolísticos. “O que esperar quando se joga contra ele? Problemas a noite toda. É estar preparado e fazer o melhor possível. Mas não podemos ter medo dele. Se vamos para o jogo a pensar nos problemas que o Cristiano nos pode causar, esquecemo-nos daquilo que temos de fazer”, observa o técnico escocês do United.

Há duas semanas, quando marcou o golo do empate, aos 30’, Ronaldo foi abraçado pelos colegas do Real, mas recusou-se a festejar efusivamente, abraçando Alex Ferguson no final. “Foi muito emocional para mim. Passei seis anos em Manchester. Marquei, mas não celebrei, por respeito”, disse, na altura, o internacional português. Mas não se entenda isto como uma mossa na atitude competitiva de Ronaldo. “O nosso objectivo será ganhar”, escreveu no Twitter. O mais provável é que os adeptos não o assobiem muito, porque Ronaldo, apesar do perigo que representa, deu muito ao clube. E sabem que, se o apuparem, provavelmente só jogará melhor. “Ele é um vencedor”, resume Patrice Evra, defesa francês do United. “Se ele puder ganhar ao United, é o que vai fazer.”

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