O filme "Corrupção" irá participar no XV Festival Caminhos do Cinema Português

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O Filme "Corrupção" foi inspirado no livro "Eu Carolina", da ex-mulher de Pinto da Costa Ricardo Brito (arquivo)

O filme “Corrupção”, inspirado nos meandros obscuros do futebol do processo judicial “Apito Dourado”, é uma das longas metragens em competição no XV festival Caminhos do Cinema Português, a decorrer em Coimbra entre 21 e 25 de Maio.

A obra, inspirada no livro "Eu Carolina", de Carolina Salgado, ex-companheira do presidente do Futebol Clube do Porto, tem como protagonistas Nicolau Breyner e Margarida Vila Nova, e, tal como o tema, não ficou alheio à controvérsia, ao surgir como “filme de produtor”, por o seu realizador, João Botelho, se ter recusado a assiná-lo, na sequência dos cortes na montagem.

A selecção oficial integra ainda as longas-metragens “98 Octanas”, de Fernando Lopes, que narra o encontro numa estação de serviço entre os protagonistas, interpretados por Rogério Samora e Carla Chambel, e “Lobos”, de José Nascimento, que é, nas palavras do seu realizador, um filme sobre o desespero e o isolamento, que tem Nuno Melo e Catarina Wallenstein nos principais papéis.

“Dot.com”, de Luís Galvão Teles, e “Daqui P'ra Frente”, de Catarina Ruivo, são outras longas-metragens seleccionadas para a competição. A primeira é uma comédia que evoca a globalização numa aldeia do interior de Portugal. A segunda é uma história de amor onde várias vidas se cruzam à volta de um casal, que confirma a promissora estreia da autora do premiado "André Valente".

A XV edição de Caminhos do Cinema Português, que se assume como o único festival dedicado à produção nacional, integra na selecção oficial 17 curtas-metragens, sete documentários e 11 obras de animação.”Aqua”, de Leonardo António, “Antes De Amanhã”, de Gonçalo Galvão Teles, “Agora Tu”, de Jeanne Waltz, “China, China”, de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, “Deus Não Quis”, de António Ferreira, "Pago Para Ver", de Luís Manuel Almeida, "Anita", de João Bordeira, “Procura-se Amigo”, de Vítor Moreira, e “Compramos e Vendemos Sentimentos”, de Francisco Sousa e Vítor Pedrosa, são algumas das curtas-metragens a concurso.

A secção competitiva da curta-metragem inclui ainda “Same Room, Same Time”, de Miguel Gaudêncio, “Tempo”, de Mário Lopes e João Nogueira, “Manual do Sentimento doméstico”, de Marta Pessoa, “Intemporalidade”, de Victor M. F. Santos, “Perseguir o Perseguido”, de Bruno Laborinho, “Peixe Fora d'Água”, de Paulo César Fajardo, “Baby Love”, de Miguel Estima, e “Velocidade de Sedimentação”, de António Escudeiro.

Do cinema documental são apresentados “Tóquio Porto 9 Horas”, de João Brochado, “Cinema Com gente Dentro”, de Rui Pedro Lamy e Diogo Vilhena, “Evocação de Barahona Fernandes”, de José Barahona, “Adeus Até o Meu Regresso: Soldados Do Império”, de Paulo César Fajardo, “Adeus até Amanhã”, de António Escudeiro, “Mulheres Traídas”, de Miguel Marques, e “Villa Meean”, de Ricardo Ferreira.

Na animação estão programados "Todos os Passos", de Nuno Amorim, “Serão”, de Joana Toste, “Zé Pimpão, O Acelera", de André Letria, “Irmãos Desastre 50%”, de Vítor Lopes, “Cães Marinheiros”, de Joana Toste, “Living in the Teres”, de Vítor Lopes, “Ossudo”, de Júlio Alves, “Orion Tear”, de Rogério Perdiz, “No Ponto Mais Alto da Lua”, de Marina Palácio, “Januário e a Guerra”, de André Ruivo, e “Mulher”, de Irina Calado.

Do cartaz fazem também parte "ensaios Visuais" e "workshops"

A secção competitiva é apresentada no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), e o último dia do certame, 25, é dedicado à exibição dos filmes premiados, que conclui a sessão de encerramento do festival.Haverá ainda uma curta retrospectiva do cinema europeu, no Auditório Salgado Zenha, e uma retrospectiva dos 15 anos do festival.


Nas secções paralelas estão incluídos ainda “Ensaios Visuais”, composta pela produção de alunos de escolas de cinema, e um bloco de 15 documentários de realizadores da Holanda, Estados Unidos da América, Canadá e América Latina, entre outros, sobre parto natural, assumido como um desafio aos cineastas portugueses para abordarem o tema e humanizarem esse meio de dar à luz, referiu à agência Lusa Vítor Ferreira, responsável pela organização.

O festival compreende ainda a realização de três “workshops” sobre “animação digital”, “como realizar uma curta-metragem” e sobre “edição não linear”.”Caminhos do Cinema Português” é, segundo o organizador, um festival dedicado exclusivamente ao cinema nacional, nos seus distintos registos técnicos e temáticos, que tem como objectivo mostrar grande parte dos trabalhos de produção ou co-produção portuguesas referentes ao ano anterior a cada edição.

A presente edição foi reduzida devido aos cortes no financiamento, nomeadamente do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), que diminuiu a dotação de 22 mil euros para 2.500 euros, mas a organização, pela primeira vez, vai disponibilizar entradas gratuitas para a secção competitiva, para encher o TAGV, desejando ir muito além dos 5.500 espectadores da edição de 2007.

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