Cheque-livro de 100 euros para jovens de 18 anos pode chegar já este ano

Há cada vez mais jovens a ler e o objectivo da medida é cimentar esse gosto. O cheque-livro vai servir para a “compra de livros nas livrarias de Portugal”.

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Cheque-livro de 100 euros para jovens de 18 anos pode chegar já este ano Pexels/Pixabay

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) e o Ministério da Cultura estão a trabalhar em conjunto para criar ainda este ano o cheque-livro, medida há muito reclamada, destinada aos residentes em Portugal com 18 anos.

“Não há detalhes ainda, mas há essa vontade, de que durante este ano se execute essa medida [criação do cheque-livro]. Estamos a trabalhar com o Ministério da Cultura para que seja executada este ano”, disse esta terça-feira à agência Lusa o presidente da APEL.

Pedro Sobral sublinhou que tem havido “um diálogo muito franco e aberto com o Ministério da Cultura” e que tem havido “progressão” nessas conversações.

Foi na apresentação da Feira do Livro de Lisboa, na semana passada, que o responsável da APEL avançou estar a dialogar com o gabinete de Pedro Adão e Silva, para efectivar o cheque-livro, no âmbito de políticas estruturais a curto prazo, que permitam cimentar a tendência crescente de jovens leitores.

Na altura, Pedro Sobral afirmou que está a ocorrer um “movimento de novos leitores, na faixa dos 18 aos 30 anos, muito alavancado pelas redes sociais".

Contactado pela Lusa, o Ministério da Cultura confirmou que “tem mantido diversas reuniões de trabalho com a APEL sobre o cheque-livro”.

Esta medida foi apresentada pela primeira vez no final do segundo confinamento, como uma das formas que combater as graves perdas que o sector livreiro sofreu em consequência da pandemia.

A proposta era criar um cheque-livro a ser atribuído a cada cidadão que more em Portugal que faça 18 anos, no valor de “100 euros para a compra de livros nas livrarias de Portugal”.

Pedro Sobral especificou esta terça-feira que a medida foi “apresentada formalmente” em Maio do ano passado, na Festa do Livro de Belém, e que actualmente está prevista no Orçamento do Estado, faltando apenas definir “como e quando” estará em vigor.

Apesar de inicialmente não ter sido contemplada no Orçamento do Estado, em Outubro do ano passado, foi depois introduzida no debate do orçamento na especialidade, acrescentou, assinalando que, apesar do actual crescimento, o mercado livreiro é frágil e este é um “instrumento que ajuda a derrubar barreiras económicas e a trazer os miúdos para a leitura”.

O responsável sublinhou ainda que o cheque-livro não deve ser uma medida avulsa, mas que esteja disponível “todos os anos”. “Queremos que exista, mas que de forma estrutural se mantenha.”

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