O que acontece se o país não avançar no desconfinamento?

Ministra da Saúde admitiu que o agravamento da situação epidemiológica da covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo pode levar a novas medidas de contenção da pandemia e a um eventual travão no processo de desconfinamento. Próxima fase do plano de reabertura estava prevista para a próxima segunda-feira, 28 de Junho.

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Governo tem vindo a dar sinais de que o país não deverá avançar no desconfinamento Nuno Ferreira Santos

A decisão ainda não é oficial, mas o Governo tem vindo, ao longo dos últimos dias, a dar sinais de que o país não deverá avançar no desconfinamento na próxima semana. Mas o que significa isto?

A próxima fase do plano de desconfinamento estava prevista para a próxima segunda-feira, 28 de Junho, prevendo-se que se estendesse até ao final de Agosto. Para esta fase estavam planeadas as seguintes medidas:

  • Transportes públicos sem restrição de lotação;
  • Lojas de Cidadão sem marcação prévia;
  • Escalões profissionais de desporto ou equiparados com 33% da lotação dentro dos recintos e outras regras a definir pela Direcção-Geral da Saúde fora dos recintos.

Porém, tudo indica que a próxima fase do plano de desconfinamento não deverá arrancar, pelo que os transportes públicos onde existem lugares sentados e de pé deverão permanecer com uma lotação de dois terços, podendo a lotação ser completa nos transportes públicos onde só existem lugares sentados. O atendimento nas Lojas de Cidadão deverá continuar com marcação prévia e as regras para os recintos desportivos permanecerão as mesmas.

Além disso, os bares e discotecas continuarão encerrados, as festas e romarias populares proibidas e os casamentos, baptizados e outros eventos de natureza familiar com uma lotação de 50% dos recintos.

Concelhos com maior incidência com penalizações

Os concelhos que excedam os limites máximos estabelecidos pelo Governo terão penalizações e deverão recuar no desconfinamento. Porém, embora apenas Sesimbra esteja na “zona vermelha”, há um “número muito alargado” de concelhos em alerta, como é o caso de Lisboasegundo revelou, na quinta-feira, a ministra Mariana Vieira da Silva.

Segundo o Governo, nos “concelhos em territórios de baixa densidade que excedam os 240 casos por 100 mil habitantes em 14 dias e concelhos em territórios de alta densidade que excedam os 120 casos por 100 mil habitantes em 14 dias”, o teletrabalho será obrigatório (quando as funções o permitirem), os restaurantes e espectáculos culturais só poderão funcionar até às 22h30 e o comércio a retalho só poderá estar aberto até às 21h.

Nos concelhos em que a taxa de incidência da covid-19 for superior a 240 casos por 100 mil habitantes a 14 dias ou a 480 em territórios de baixa densidade, os restaurantes, cafés e pastelarias terão que encerrar até às 22h30 durante a semana e até às 15h30 durante o fim-de-semana e feriados (assim como os espectáculos culturais) e os casamentos, baptizados e outros eventos de natureza familiar terão uma lotação máxima de 25%.

Nesta segunda-feira, a ministra da Saúde admitiu que o agravamento da situação epidemiológica da covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo pode levar a novas medidas de contenção da pandemia e a um eventual travão no processo de desconfinamento.

“Sempre dissemos que as linhas dos nossos mapas de referência são indicadores que nos levam a travar ou acelerar e a tomar medidas em função daquilo que é a situação. Sabemos que estamos com um risco efectivo de transmissão elevado (1,19) e com um número de novos casos por dia que é também elevado”, afirmou Marta Temido.

Para a actual situação de Portugal contribuiu a variante Delta, inicialmente detectada na Índia, e que é já dominante na Área Metropolitana de Lisboa, podendo estender-se brevemente ao resto do território nacional. Esta variante obrigou também o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a adiar por quatro semanas a última fase do plano de desconfinamento em Inglaterra.

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