Ingleses batem checos num candidato a pior jogo do Europeu

Inglaterra e República Checa estavam já apuradas para os oitavos-de-final antes de entrarem em campo, pelo que pouco quiseram deste jogo.

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LUSA/Andy Rain / POOL

Inglaterra em primeiro lugar e República Checa em terceiro, com a Croácia pelo meio e a Escócia a caminho de casa. É este o desfecho do grupo D, depois do triunfo (1-0) inglês frente aos checos, nesta terça-feira.

Em Wembley, com arbitragem portuguesa de Artur Soares Dias, o jogo foi tudo aquilo que se esperava: lento, pouco emocionante e desprovido de vontade de vencer. O foco televisivo em alguns adeptos, muitos com ar enfadado, atestava precisamente esta tese. A falta de futebol nos últimos meses será, porventura, a única coisa que alegrou os espectadores que gastaram dinheiro no bilhete para este jogo. O futebol, esse, foi escasso.

Ingleses e checos estavam já apurados para os oitavos-de-final antes de entrarem em campo, pelo que a definição dos lugares no grupo dificilmente seria sedutora ao ponto de espicaçar as selecções para um jogo intenso e ofensivo.

Na primeira parte a equipa inglesa controlou os acontecimentos com bola, mas sem forçar passes de risco. Raheem Sterling, lançado por Luke Shaw, fez um “chapéu” ao poste, aos 2’, e John Stones isolou Harry Kane, aos 26’ (grande passe vertical), com o avançado a perder o duelo com Thomas Vaclik.

De resto, foi a música de Jack Grealish. O jogador do Aston Villa, titular pela primeira vez neste Europeu, decidiu, no fundo, em que momentos queria que o jogo fosse rápido. Quando quis, fê-lo. E fê-lo bem.

Foi assim aos 26’, para o 1-0, quando uma jogada individual deu cruzamento largo para um cabeceamento vitorioso de Sterling, ao segundo poste. E foi também assim aos 37’, quando a jogada terminou com um cruzamento de Shaw defendido para canto por Vaclik.

Mesmo a jogar quase a passo, no seu estilo aparentemente desinteressado, Grealish “pintou” momentos de grande talento, sobretudo em recepções de bola. Foi o melhor que o jogo deu.

Se a primeira parte já tinha sido globalmente lenta e pachorrenta, a segunda foi mais ainda. E o que há para contar após o intervalo resumia-se numa palavra: nada. Nada se passou em Wembley durante 41 minutos, com uns redondos zero remates à baliza, zero remates para fora e zero remates defendidos.

Aos 86’, num lance confuso, Bellingham deixou Henderson na cara do golo e o médio do Liverpool não falhou. Mas este jogo, sobretudo na segunda parte, não estava para remates, festejos e muito menos golos.

Nesse sentido, Paulo Soares, árbitro assistente de Artur Soares Dias tratou de levantar – e bem – a sua bandeirola para assinalar fora-de-jogo. O VAR João Pinheiro confirmou a decisão e a retórica manteve-se: a segunda parte foi de futebol nulo.

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