Wine & Music Valley: celebrar o Douro e brindar ao vinho

É o primeiro festival de música em Portugal inspirado no vinho. A 14 e 15 de Setembro, sobem ao palco principal nomes como Bryan Ferry, Mariza, Salvador Sobral, Seu Jorge e Xutos e Pontapés. Será dedicado à música, à gastronomia e, claro, ao vinho, que tira o lugar à cerveja.

Foto
Paulo Pimenta

É a bordo de um cruzeiro, desde a Marina do Freixo até à Foz do Douro,​ que ficamos a conhecer o cartaz completo do primeiro festival de música português totalmente inspirado pelo vinho. É o Wine & Music Valley e acontece nos dias 14 e 15 de Setembro, no Porto Comercial de Cambres, em Lamego, nas margens do rio Douro, com vista para o Peso da Régua — e, propositadamente, em plena época de vindimas, “altura de muita azáfama”, mas também a “época mais bonita do Douro” para Manuel Osório, um dos promotores do evento.

A Região Demarcada do Douro, a mais antiga região vinícola do mundo, vai receber, no primeiro dia do festival, Bryan Ferry, Mariza, António Zambujo, Salvador Sobrar, DJ Vibe e Rui Vargas, nomes que já haviam sido anunciados. A eles juntam-se Seu Jorge, Xutos & Pontapés, Wet Bed Gang e Carolina Deslandes, que vão dar música ao segundo e último dia do evento. Os bilhetes diários custam 25 euros e o passe geral fica por 40. Para a área VIP, os diários custam 60 euros e o passe geral tem o preço de 100 euros.

Haverá ainda um segundo palco, “onde vão actuar novos talentos”, anuncia Pedro Ribeiro, outro promotor do festival. É o caso da brasileira Tainá, que está a lançar o primeiro trabalho em Portugal, e dos Serushiô (Sérgio Silva e José Vieira), que levarão o blues ao Wine & Music Valley. Os artistas mostraram um pouco daquilo que o público poderá ouvir no festival, durante a apresentação da programação, esta terça-feira, num passeio pelo Douro.

O vinho é o motor de arranque e, por isso, o festival conta com várias actividades ligadas ao enoturismo, desde provas de vinhos, tratamentos de vinoterapia e até a possibilidade de pisar uvas. E porque a gastronomia local anda de mãos dadas com o produto da terra, haverá ainda um Chef’s Stage — o terceiro e último palco do festival —, dedicado à culinária. Com o contributo de vários chefs nacionais, do cartaz fazem parte iniciativas de cozinha de autor, live cooking shows e degustações.

São seis hectares de recinto com um vista privilegiada sobre o Douro — e não faltará uma roda gigante para a apreciar. Chegar de barco ao recinto também é uma possibilidade. “Vamos ter as travessias de barco, que vão sair da Régua, até Lamego. Apesar de ser um trajecto pequeno, é muito rico”, acrescenta Pedro Ribeiro. Mas não só: “Estudamos o plano de mobilidade localmente e vamos apresentar durante as próximas as semanas todas as possibilidades de chegar ao local”, garante Ricardo Acto, representante da Better World, empresa responsável pelo Rock in Rio, e que apoia à produção do Wine & Music Valley.

O desafio era criar o primeiro festival de música sem cerveja. E eles aceitaram. “Fazer um festival no Douro, com nome ‘wine’, na altura das vindimas e ter cerveja não faria sentido. Claro que isto é fácil de dizer, mas muito difícil de organizar”, explica Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP). O objectivo é “dar a conhecer e promover os néctares da região”, onde não entra a cerveja, explica ainda Manuel Osório.

“Aquilo que nos falta no Douro é festa”​

Para Luís Pedro Martins, é necessário que o festival tenha “conteúdos” para além “da paisagem, das pessoas e de produtos”. “Aquilo que nos falta no Douro é festa”, garante — e festa que seja feita “fora dos meses de Verão”. Com “tudo para dar certo”, o festival serve, na opinião do responsável pela entidade regional, para “esbater o limite que separa a época alta da época baixa”.

A missão do TPNP — “promover um destino turístico que tem 86 municípios” — deverá ficar facilitada com o Wine & Music Valley. “Este festival vai ajudar-nos muito na promoção do Douro enquanto destino turístico”, diz Luís Pedro Martins, que espera a “presença de muitos turistas no festival”, principalmente espanhóis.

É muito mais do que um festival de música. É muito mais do que uma relação com o vinho”, garante. O evento marca a diferença “pela região onde se realiza e por ter uma paisagem absolutamente esmagadora”, conclui.

Texto editado por Sandra Silva Costa

Sugerir correcção
Comentar