Jean-Paul Gaultier, o cinema e a política das formas

Jean-Paul Gaultier é um provocador desde os anos 1970: tornou os corpetes roupa visível, vestiu os homens de saias e trouxe a cultura underground para a alta costura. Em 2020, num desfile queer no Théâtre du Châtelet, pôs fim a 50 anos de carreira. Abre-se agora a novas experiências como a exposição Cinémode, a convite da Cinemateca Francesa, colagem febril sobre as relações entre o cinema, a moda e a transgressão dos corpos. Um ensaio político, naturalmente.

Foto
Capucine Henry

Em 1965, aos treze anos, Jean-Paul Gaultier assistiu na televisão a Falbalas, o filme de Jacques Becker (1945) que descrevia o enredo dos bastidores numa casa de alta costura em Paris. O desfile com criações de Marcel Rochas, o costureiro que desenhou o guarda-roupa (o filme inspirava-se justamente em Rochas, em voga desde a década de 1920, o inventor do espartilho moderno que marcaria a silhueta das pin-ups dos anos 50 e hoje um nome esquecido do grande público) impressionou o pequeno Jean-Paul (“a minha primeira escola” (1)) e acendeu uma vocação.

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