Alec Baldwin recebeu uma arma carregada, mas disseram-lhe que era segura

Registos do tribunal de Santa Fé revelam o que aconteceu. Não foram feitas quaisquer acusações neste caso, que resultou na morte de Halyna Hutchins.

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Vigília em memória da directora de fotografia Halyna Hutchins Reuters/KEVIN MOHATT
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Alec Baldwin recebeu o que foi descrito por um assistente de realização como uma “pistola fria” (“cold gun”), de utilização segura, mas a arma continha munições reais, de acordo com os detalhes da investigação sobre o caso que resultou na morte da directora de fotografia do filme Rust, Halyna Hutchins.

No momento em que equipa de filmagem se preparava para ensaiar uma cena no local de rodagem do filme em que Baldwin é protagonista — um rancho no deserto em Santa Fé, no Novo México —, o assistente de realização Dave Halls terá saído para ir buscar uma arma de adereço, voltando depois para a entregar ao actor e co-produtor do filme, Alec Baldwin.

O assistente de realização do western, protagonizado por Baldwin, não saberia que a arma estava carregada com balas reais, segundo um mandado de busca entregue num tribunal de Santa Fé.

O tiro atingiu Hutchins, de 42 anos, no peito e o realizador Joel Souza, de 48, que estava atrás dela, no ombro, de acordo com os documentos do tribunal. Hutchins, uma estrela em ascensão no cinema norte-americano, acabaria por morrer no hospital. Souza também foi hospitalizado, mas acabou por ter alta.

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Alec Baldwin é conhecido pelo seu papel como Jack Donaghy no sitcom da NBC Rockefeller 30 e pela sua interpretação de Donald Trump no programa Saturday Night Live Reuters

O mandado foi obtido na sexta-feira para que os investigadores do caso pudessem documentar a cena no Rancho Bonanza Creek, onde as filmagens decorriam. Os documentos do tribunal referem que a roupa manchada de sangue vestida por Baldwin na rodagem do western foi apreendida como prova, tal como a arma que matou Hutchins.

Os investigadores também apreenderam outras armas cenográficas e munições que estavam a ser usadas nas filmagens.

A arma disparada era uma de três colocadas num carrinho de adereços fora da capela de madeira onde a cena estava a ser representada, segundo os registos. Não há ainda certezas sobre quantos cartuchos foram disparados, tendo um invólucro sido retirado da arma depois do acidente pela responsável pelo armeiro no local de rodagem, Hannah Gutierrez. A arma foi depois entregue à polícia quando aquela chegou ao local.

Não foram feitas acusações e Baldwin está autorizado a viajar, disse a porta-voz do xerife local, Juan Rios. “É um homem livre.” A investigação continua “aberta e activa”, referiu.

A polícia está a tentar estabelecer que tipo de projéctil saiu da arma e como. Os meios de comunicação locais referem que Baldwin foi visto em lágrimas junto ao gabinete do xerife de Santa Fé. As autoridades deram conhecimento ainda que o actor já tinha falado com os detectives: “Veio voluntariamente e saiu do edifício depois de ter prestado declarações.”

Alec Baldwin em “choque”

Halyna Hutchins nasceu na Ucrânia, em 1979, tendo crescido numa base militar soviética no Círculo Árctico, “rodeada de renas e submarinos nucleares”, como se lê no seu site. Estudou jornalismo e integrou algumas redacções, mas acabaria por se apaixonar pelo cinema, tendo aprofundado os seus conhecimentos no American Film Institute, em Los Angeles. Em 2019, a conceituada revista American Cinematographer nomeou-a como uma das estrelas em ascensão na sua especialidade.

Alec Baldwin expressou “choque e tristeza” pela morte de Hutchins. “Lamento pelo seu marido, pelo seu filho e por todos os que conheciam e amavam Halyna”, escreveu o actor no Twitter. “Não há palavras para expressar o meu choque e a minha tristeza em relação ao trágico acidente que tirou a vida a Halyna Hutchins, mulher, mãe e colega de trabalho profundamente admirada”, escreveu ainda Baldwin.

O actor referiu ainda que está a cooperar “totalmente com a investigação policial” para esclarecer como ocorreu a “tragédia”.

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