Vestidos glamorosos e saltos altos: a festa dos Óscares também se faz com o regresso da passadeira vermelha

A cerimónia de prémios do cinema será a primeira a ter passadeira vermelha. Todos os nomeados serão previamente testados à covid-19.

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“Muitas vezes as passadeiras vermelhas não são só para os vestidos e o glamour", salienta a actriz Cynthia Erivo Reuters/Eric Gaillard

Como seria de uma cerimónia como os Óscares sem passadeira vermelha? Depois de um ano em que vimos a pandemia cancelar as cerimónias de prémios presenciais e substituí-las com os actores no Zoom, em pijama, os especialistas em celebridades mal podem esperar por ver as estrelas pisarem a passadeira vermelha dos Óscares, no próximo domingo, 25 de Abril.

Estrelas de Hollywood em vestidos deslumbrantes assinados por criadores de todo o mundo a pisar a passadeira vermelha. Jornalistas a interpelar os actores e actrizes perguntando que designer estão a usar. O cenário parece de outra vida, a vida antes da pandemia de covid-19. “As passadeiras vermelhas sempre foram uma parte enorme da época de prémios”, diz a responsável pela edição digital da revista People, Zoe Ruderman. “Vimos imensas leggings, muitas sweaters tie dye, e foi divertido. Mas já estou um bocadinho farta do Zoom e estou pronta para ver [as actrizes] em directo, na passadeira vermelha, com saltos altos”, defende.

É claro que a passadeira vermelha não terá o mesmo impacto de outrora e as expectativas foram ajustadas. Esqueça os 270 metros de carpete vermelha com cem fotógrafos, dezenas de equipas de televisão e fãs aos gritos, típicos de um domingo de Óscares de antigamente. “Não é uma passadeira vermelha tradicional. É uma pequeníssima passadeira vermelha”, explica um dos produtores do evento, Stacey Sher.

Pode ser uma “pequeníssima passadeira vermelha”, mas pelo menos não é um evento por Zoom, com a moda só da cintura para cima. Em vez disso, os nomeados e apresentadores, depois de terem sido testados à covid-19, vão juntar-se na Art Deco Union Station em Los Angeles, com ligação para outros espaços ao redor do mundo, onde estarão os restantes nomeados.

Mas não é só a moda que faz da passadeira vermelha um dos momentos mais ansiados das entregas de prémios. Ver as celebridades desfilar numa passadeira vermelha, também dá um sentido de espontaneidade, que tem faltado durante a pandemia e impulsiona as audiências televisivas, que caíram 60% nas cerimónias de prémios deste ano.

“Todos sentimos falta da energia e do escapismo da passadeira vermelha”, confessa a stylist de celebridades, Chloe Hartstein, que no próximo domingo será a responsável pelo glamour da actriz Gleen Close — nomeada para o Óscar de Melhor Actriz Secundária. “Acho que o público vai ficar entusiasmado por ver moda deslumbrante e peças de alta-costura feitas à medida. Temos sido tão privados disso e, especialmente nesta altura, precisamos de um pouco de beleza e arte”, acrescenta.

Um alívio para as celebridades?

Quanto às celebridades, as opiniões dividem-se. Há quem acredite que a falta de passadeiras vermelhas foi uma bênção disfarçada. Em cerimónias de prémios recentes, como os BAFTA ou os Grammys, alguns actores e músicos posaram para fotos, mas em casa e não em frente a centenas de fotógrafos.

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Cynthia Erivo nos Óscares em 2020 Reuters

“Muitas vezes as passadeiras vermelhas não são só para os vestidos e o glamour, mas são a única maneira de vermos as pessoas, porque andamos sempre de um lado para o outro”, justifica a actriz e cantora britânica, Cynthia Erivo. “Tenho saudades de poder olhar uma pessoa nos olhos, cara a cara, e dizer ‘bem feito’ e ‘tive saudades tuas’”, continua.

Já o actor Riz Ahmed, nomeado pela primeira vez para o prémio de Melhor Actor em O Som do Metal, agradece ter podido fazer entrevistas remotamente, em vez de ter de ir às festas e jantares que normalmente antecedem os Óscares. “Estamos nos nossos pijamas, pomos um casaco e estamos prontos. Há qualquer coisa que nos traz à terra e de humildade nisso”, sublinha.

A estrela da série Anatomia de Grey e de As Inseparáveis, Katherine Heigl, está grata pela pausa nas passadeiras vermelhas, mas vive um dilema: “Tenho saudades dos vestidos, mas também não sinto saudades dos vestidos. São muito desconfortáveis… as cintas, cortam-nos a respiração.”

Além das horas necessárias para chegar ao look perfeito, as passadeiras vermelhas, muitas vezes, trazem surpresas. “É onde vemos as celebridades a revelar uma barriguinha de grávida, um novo anel de noivado”, explica  Zoe Ruderman. “São momentos sem guião, muito emocionantes e, por vezes, mais excitantes do que a própria cerimónia”, conclui.

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