A Champions está de volta e pede desculpa pela interrupção

Liga milionária regressa esta noite com um Manchester City-Real Madrid e um Juventus-Lyon (antes do Barcelona-Nápoles e do Bayern-Chelsea de amanhã) para concluir os oitavos-de-final e definir as quatro equipas que se juntam, em Lisboa, aos já apurados PSG, Atalanta, RB Leipzig e Atlético de Madrid.

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Há um ano o triunfo na Champions pertenceu ao Liverpool, que já não está em prova na edição deste ano Reuters

A Liga dos Campeões regressa nesta sexta-feira com dois dos quatro duelos adiados da segunda mão dos oitavos-de-final da competição milionária, que colocam frente-a-frente Juventus e Lyon, em Turim, e ainda Manchester City e Real Madrid, em Inglaterra, cartaz de luxo que, mesmo sem público, compensa plenamente a interrupção de quase meio ano.

O Bayern Munique-Chelsea e o Barcelona-Nápoles de sábado definirão os restantes apurados para os quartos-de-final, que excepcionalmente se disputam em Lisboaem Alvalade e na Luz, entre 12 e 23 de Agosto – a uma só mão, numa final a oito onde se encontram já os estreantes nesta fase Atalanta (Itália) e RB Leipzig (Alemanha) e ainda Atlético de Madrid (Espanha) e Paris Saint-Germain (França).

Mas antes de poderem avançar para Lisboa, os dois finalistas da edição de 2016/17 – entretanto coroados campeões de Espanha e Itália – estão obrigados a anular a vantagem conseguida por Lyon e Manchester City no embate da primeira mão, tarefa que se afigura altamente complexa para o Real Madrid, derrotado no Bernabéu por 1-2, há mais de cinco meses.

A equipa de Zidane defronta um vice-campeão inglês inspirado e que desde a retoma da Premier League marcou 36 golos e sofreu seis, em 12 jogos, tendo goleado o campeão Liverpool (4-0) e perdido apenas para o Arsenal (2-0) na meia-final da Taça de Inglaterra, nos últimos seis encontros.

"Queremos ferir o Real Madrid"

As dificuldades são óbvias para o recordista de títulos de campeão europeu, que nos últimos quatro anos somou três conquistas de um total de 13. Pep Guardiola, treinador espanhol dos “citizens”, não pode contar com o argentino Sergio Aguero, a recuperar de lesão em Barcelona, mas espera ainda assim poder pôr à prova o internacional belga Thibaut Courtois “com muitos remates à baliza”, sem, contudo, adiantar muito relativamente à estratégia, que se adivinha de expectativa e contra-ataque.

“A forma como o jogo se for desenrolando ditará a nossa abordagem. Queremos impor o nosso jogo. Queremos ferir o Real Madrid e mostrar a qualidade dos nossos jogadores”, declarou Guardiola, que não sabe o que Zidane poderá ter em mente: “Quando julgas que conheces a táctica, ele surge com algo diferente”.

Longe de dar-se como derrotado, o Real Madrid lembra o desempenho nos oitavos-de-final da Champions, em que soma sete triunfos consecutivos na qualidade de visitante. Fora das contas de Zidane estão James Rodríguez e Bale, o que não impede os “merengues” de apresentarem argumentos suficientes para superar este obstáculo e rumar a Lisboa, onde em 2013/14 foram felizes na final madrilena com o Atlético, em que conquistaram a décima Champions.

Ronaldo em busca de mais golos

Aparentemente mais simples, a missão da Juventus consiste em recuperar da derrota por 1-0 averbada em França, no final de Fevereiro. O problema poderá, contudo, residir na própria quebra de forma da Juventus, em plena ressaca do nono título consecutivo de campeão italiano, rematado com três derrotas nas quatro últimas jornadas.

Pouco convincente, a equipa de Maurizio Sarri parece distante do ideal, embora Cristiano Ronaldo possa compensar a frustração de ter falhado a conquista da quinta bota de ouro – foi batido por Immobile (Lazio) e Lewandowski (Bayern). O avançado polaco é o actual líder dos melhores marcadores da Liga dos Campeões (11 golos em 6 jogos), contra os 2 do português (tal como Messi), em sete partidas, o pior registo desde 2005/06, numa prova em que o português se destaca como o melhor goleador de sempre, com 128 golos.

Acresce a incerteza relativamente ao Lyon, essencialmente pela longa paragem competitiva do futebol francês, um dos campeonatos suspensos de forma definitiva pela pandemia.

Depois de um primeiro dia de emoções fortes, será a vez de Barcelona e Nápoles desempatarem o resultado da primeira mão (1-1). Mesmo sem adeptos nas bancadas do Camp Nou, os italianos tentaram evitar a viagem à Catalunha, onde o Barcelona nem precisará de marcar qualquer golo, desde que também não sofra.

Menos problemática, ainda, apresenta-se a tarefa do Bayern Munique, campeão alemão, depois da vitória autoritária (0-3) em Londres. O Chelsea terá que apelar a todas as forças que não encontrou na final da Taça de Inglaterra, frente ao Arsenal, no sábado passado, se quiser evitar uma pequena vingança alemã, depois da final da Champions de 2011/12 ganha pelos “blues” ao Bayern, em Munique.

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