O sétimo céu de Cristiano Ronaldo

Internacional português conquistou o segundo scudetto com a Juventus, que junta aos três títulos de campeão inglês e aos dois ao serviço do Real Madrid, estando ainda empenhado em reclamar a coroa de melhor marcador da Europa.

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A duas jornadas do fim, com a luta pelo título de melhor marcador em Itália e da Europa a pender para o laziale Ciro Immobile (34 golos contra 31 do português), Cristiano Ronaldo sagrou-se este domingo bicampeão pela Juventus, passando a somar sete títulos de campeão nacional, repartidos por três clubes, depois do “tri” no Manchester United (2006/07, 08/09 e 09/10) e dos dois campeonatos conquistados em Madrid (2011/12 e 2016/17).

Aos 35 anos, Cristiano – o primeiro da história a chegar aos 50 golos em Inglaterra, Espanha e Itália – justificou mais uma vez o estatuto de um dos melhores de sempre do futebol mundial, apresentando números insuspeitos, superando, inclusive, os da época de estreia em Turim, onde contribuiu para o oitavo scudetto consecutivo com 21 golos (quarto melhor artilheiro), em 31 jogos (2689 minutos), num ano em que a gestão de Massimiliano Allegri o deixou de fora em seis partidas, tendo sido substituído em duas e “saltado” do banco de suplentes por uma ocasião.

Agora, com Maurizio Sarri ao leme da “vecchia signora”, Cristiano Ronaldo superou todos os registos de 2018/19, tendo ainda duas jornadas para sublimar uma campanha de altíssimo nível e que só a pandemia poderia ter assombrado. Em contexto de campeonato, Ronaldo é o único jogador dos “bianconeri” a ter sido titular em todos os encontros que disputou (só falhou quatro), tendo superado o uruguaio Rodrigo Bentancur, 12 anos mais novo, que no total tem menos quatro encontros disputados do que o português. Curiosamente, Cristiano descansou pela última vez na 24.ª jornada, falhando o compromisso com o Brescia, que seria o 1000.º jogo do português em todas as competições.

Golos em todos os jogos menos em dois

Em comparação com a primeira época no Calcio, Cristiano Ronaldo apenas foi substituído em duas ocasiões na Serie A, tendo, inclusive, frente à Udinese superado em quase uma hora o tempo de jogo da temporada anterior. Algo ainda mais impressionante já que o efeito covid-19 - que levou a aumentar o números de substituições por jogo e a maior rotação de jogadores nas equipas - parece não ter afectado Ronaldo, que só não concluiu o jogo dom o Génova, saindo a 15 minutos do fim.

A inspiração do português esteve sempre em alta, com 21 golos (tantos como no ano passado) até à suspensão da Liga italiana, na sequência da pandemia, a que acrescentou outros dez desde o reatamento, marcando em todos os jogos excepto no recente empate (3-3) frente ao Sassuolo e na derrota (2-1) com a Udinese. Aliás, nos últimos 22 encontros só não marcou em três: com o Inter, antes da interrupção das competições, na 33.ª jornada, em Modena, e em Udine.

Com a conquista do bicampeonato em dois anos – que para a Juventus é o nono título consecutivo, 36.º da história (tantos como os de Inter e AC Milan juntos) –, Cristiano Ronaldo igualou a marca conseguida em Espanha, em nove épocas, ainda que em termos puramente individuais continue aquém dos números estratosféricos em matéria de golos, tendo em seis anos consecutivos superado a barreira dos 50 golos.

Porém, enquanto “merengue”, Ronaldo teve que esperar pelo terceiro ano para se sagrar campeão, o que conseguiu sob o comando técnico de José Mourinho, numa campanha em que o Real Madrid atingiu a barreira dos 100 pontos, mais nove do que o rival Barcelona e 39 à frente do terceiro, o Valência. Cristiano marcou nessa época a todos os 19 adversários, chegando aos 46 golos (contra os 50 de Messi) na Liga espanhola e aos 60 numa temporada inesquecível.

Apesar do feito, Ronaldo só voltaria a vencer o título espanhol cinco épocas depois, na penúltima com as cores do Real Madrid, em que conseguiu um total de 42 golos, 25 na Liga. Curiosamente, em Espanha, Ronaldo nunca venceu o prémio de melhor marcador quando se sagrou campeão, ao contrário do que sucedeu em Inglaterra, em 2007/08 (31 golos, com 42 no total). Agora, apesar do duelo com o laziale Ciro Immobile (com 34 golos, 14 dos quais de penálti, em 35 partidas) ter arrefecido, Cristiano Ronaldo ainda pode juntar ao scudetto o título de máximo goleador na Serie A e arrebatar a quinta Bota de Ouro, corrida ainda liderada pelo internacional polaco Robert Lewandowski, do Bayer Munique, com 34 golos em 31 jogos.

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