Novos filmes de Miguel Gomes e Cristèle Alves Meira apoiados pelo fundo Eurimages

O Eurimages destinou 310 mil euros a Selvajaria, de Miguel Gomes, e 180 mil euros a Bruxa, de Cristèle Alves Meira.

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O realizador Miguel Gomes Rui Gaudencio

Os projectos cinematográficos Selvajaria, do português Miguel Gomes, e Bruxa, da luso-francesa Cristèle Alves Meira, vão receber, respectivamente, 310 mil e 180 mil euros de apoio financeiro do fundo Eurimages, criado pelo Conselho da Europa, foi anunciado na segunda-feira.

Este ano, o fundo financeiro Eurimages, criado em 1988, vai apoiar a produção de 20 filmes de ficção, um de animação e cinco documentários, num total de cerca de 6,1 milhões de euros, segundo o comunicado do Conselho da Europa.

O Eurimages destinou 310 mil euros à co-produção luso-francesa Selvajaria, de Miguel Gomes, seleccionado para um programa do Festival de Cinema de Locarno (Suíça), em Agosto, criado na sequência da covid-19, e 180 mil euros à co-produção, repartida entre França, Portugal e Bélgica, de Bruxa, de Cristèle Alves Meira.

De acordo com o Conselho da Europa, este ano “52% dos projectos apoiados são realizados por mulheres, tendo sido destinados 2,5 milhões de euros a estes projectos, o que representa 41% do valor total”.

Devido às “dificuldades causadas pela pandemia da covid-19”, a equipa que gere o Eurimages decidiu aumentar a validade dos apoios de 12 para 20 meses, “desde a data da decisão do Conselho de Administração do Eurimages”.

Selvajaria é o novo filme de Miguel Gomes, uma co-produção da portuguesa O Som e a Fúria com França, Brasil, China e Grécia que se viu interrompida por causa da covid-19.

O filme adapta livremente a obra literária brasileira Os Sertões, de Euclides da Cunha, “dando conta da obscura guerra que teve lugar na Bahia no ano de 1897”, refere a produtora. Com argumento de Mariana Ricardo, Maureen Fazendeiro, Miguel Gomes e Telmo Churro, Selvajaria sucede ao tríptico do realizador As Mil e uma Noites (2015).

O programa de Locarno que apoia o filme de Miguel Gomes — intitulado “The Films After Tomorrow” ("Os Filmes Depois de Amanhã") — pretende apoiar “realizadores que foram forçados a parar de trabalhar por causa da pandemia”, com um júri a atribuir prémios aos melhores projectos, num valor entre os 65 mil euros e os 46 mil euros.

Bruxa é a primeira longa-metragem de ficção de Cristèle Alves Meira, que vive em Paris e tem raízes portuguesas entre Viana do Castelo e Trás-os-Montes, região à qual regressa várias vezes por ano para produzir azeite, sendo lá que rodará este ano Bruxa.

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