“A perfeição não é o destino do Universo, para nossa sorte”

Depois de ajudar a descobrir o bosão de Higgs, o físico italiano Guido Tonelli quis fazer um “conto compacto da história de 13.800 milhões de anos”. Genésis – A História do Universo em Sete Dias descreve um cosmos desenhado pelo caos, nascido do vazio. Uma história que só nos inclui a nós, humanos, porque na aurora do tempo a perfeição foi quebrada. Mas ainda há muito por descobrir: “95% do Universo é desconhecido. É embaraçoso.”

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Colisões de protões no detector Atlas, onde se captou o bosão de Higgs, em 2012

Sonhou com a sua descoberta e ajudou a Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN) a construir um acelerador de partículas que talvez permitisse lá chegar. Guido Tonelli é um dos protagonistas da descoberta do bosão de Higgs, anunciada a 4 de Julho de 2012. A existência desta partícula subatómica foi proposta em 1964 por Peter Higgs e outros cientistas como unidade (um quantum) de um campo (o campo de Higgs) necessário para dar massa às partículas. Sem ele, o Universo seria como foi na aurora do tempo: “Um tipo de gás informe de minúsculas partículas, indistinguíveis entre si, todas sem massa, movendo-se à velocidade da luz”, escreve o físico italiano, de 69 anos, em Génesis – A História do Universo em Sete Dias, agora editado em Portugal. Sem o campo de Higgs, o Universo seria um objecto “perfeito” e cheio de simetrias, mas “estéril, um enorme desperdício de energia, desprovido da luz da Lua e do perfume das flores, triste, anónimo e desolado”.

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