Google e Sony adiam eventos sobre novos produtos. “Não é altura para celebrar”

Desde a semana passada que os EUA têm sido alvo de protestos e motins devido à morte de George Flyod, em Mineápolis.

Foto
O anúncio das empresas chega numa altura em que o país está a protestar a morte de George Flyod JUSTIN LANE / EPA

Esta segunda-feira, a Sony decidiu cancelar o próximo evento da PlayStation 5, marcado para dia 4 de Junho, onde ia apresentar os jogos que estão a ser desenvolvidos para a nova consola. A decisão chega após a Google adiar por tempo indeterminado o lançamento da versão beta (versão de teste) do mais recente sistema operativo Android 11 (para telemóvel), que estava previsto para dia 3 de Junho.

A justificação daquelas gigantes tecnológicas é a mesma. “Agora não é altura de celebrar”, resumiu a equipa da Google no Twitter. “Sentimos que não é uma altura de celebrar”, repete o comunicado da japonesa Sony notando que há “vozes mais importantes para ouvir.”

Embora as empresas não sejam explicitas sobre o motivo por detrás dos cancelamentos, desde a semana passada que os EUA têm sido alvo de protestos e motins devido à morte de George Floyd, em Mineápolis. O homem afro-americano foi asfixiado pelo polícia Derek Chauvin após ter sido acusado de pagar um maço de cigarros com uma nota falsa, embora estivesse desarmado. Em vídeos do incidente ouve-se Floyd a dizer, repetidamente “não consigo respirar”.

No Twitter oficial da Sony, a empresa reforça que “denuncia o racismo sistemático e a violência contra a comunidade negra.” Já o Google optou por partilhar a mensagem “Apoiamos a igualdade racial e todos os que a procuram”, na versão norte-americana da página inicial do motor de busca do Google.

É a segunda vez que a Google se vê obrigada a adiar o lançamento do novo Android 11. Inicialmente, o sistema operativo ia ser apresentado durante o Google I/O, a conferência de programadores do Google que acontece em Maio, mas foi adiada devido à pandemia da covid-19.

No caso da Sony, ao adiar o lançamento a empresa também evita ser alvo de escrutínio pelo lançamento de jogos violentos numa altura em que os protestos e motins nos EUA se estendem a mais de 120 cidades.

Correcção: A Sony é uma multinacional japonesa. 

Sugerir correcção