Louis Vuitton vai fechar a primeira loja em Hong Kong devido aos protestos

Desde que as manifestações pró-democracia começaram que muitas marcas são obrigadas a fechar as lojas, naquele que é um dos principais destinos de compras no mundo.

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O logótipo da Louis Vuitton numa das lojas em Hong Kong Reuters/Bobby Yip

A Louis Vuitton, a marca de artigos de luxo que mais vende no mundo, prepara-se para fechar uma das suas oito lojas em Hong Kong, onde os protestos provocaram uma subida dos custos do arrendamento, noticia o jornal South China Morning Post, nesta sexta-feira.

A empresa planeia fechar a loja no centro comercial Times Square, divulga o jornal, citando fontes próximas. A decisão de fechar a loja ocorreu depois de a empresa francesa não ter chegado a acordo com o proprietário para reduzir o valor da renda.

A Wharf Holdings, proprietária do centro comercial, e a Vuitton ainda não emitiram qualquer comunicado sobre o tema. O conglomerado LVMH, de que a Louis Vuitton faz parte, também não comenta.

Desde que os protestos começaram em Hong Kong, em Junho passado, que muitas marcas são obrigadas a fechar as suas lojas durante as manifestações, naquele que é um dos principais destinos de compras no mundo. A região atrai milhares de turistas que chegam da China e que além das malas e acessórios, compram roupa e cosméticos de luxo, a preços ligeiramente mais baixos.

No entanto, à medida que os protestos se arrastam, a chegada dos turistas tem vindo a decair e as perdas começaram a sentir-se nos ganhos do terceiro trimestre. O retalho caiu 23,6% em relação ao ano anterior em Novembro.

As marchas e os protestos continuam em 2020. Por isso, algumas marcas ponderam o redireccionamento de alguns dos seus investimentos para outros lugares, incluindo o continente chinês e outras partes da Ásia, de maneira a compensar as vendas perdidas em Hong Kong.

Executivos da LVMH e seus rivais como a Moncler ou a Kering, proprietária da Gucci, declaram que estão a renegociar os arrendamentos das suas lojas, de maneira a reduzir o impacto nas margens operacionais. Mas, a longo prazo, as marcas terão de contemplar reduzir a sua posição em Hong Kong, onde algumas têm muitas lojas, disse a consultoria Bain, em Novembro.

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